Um mergulho na história através de peças frágeis que resistiram ao tempo. Fragmentos arqueológicos utilizados pelos povos pré-históricos fazem parte da exposição Expoarq, aberta na manhã de segunda-feira (16), no Hall do auditório da biblioteca do Campus Centro da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina (PE). Os artefatos com data estimada entre 200 e mil anos, foram encontrados no ano passado, nos sítios arqueológicos, na região da Chapada do Araripe durante escavações realizadas pelos alunos do curso de Arqueologia e Preservação Patrimonial da Univasf do Campus São Raimundo Nonato (PI). A visitação é gratuita e acontece até hoje (18), no horário das 10h às 20h.
A mostra, composta por mais de 300 fragmentos de peças, ainda em fase de análise, conta com a mediação de oito alunos do curso de arqueologia, que estiveram presentes nas escavações no acervo arqueológico no município de Caldeirão Grande do Piauí. A exposição traz peças como colheres, pontas de flechas datadas com mais de mil anos e utensílios pré-históricos, como cerâmicas pintadas e adornos.
O estudante de Arqueologia e monitor da exposição Marlos Pereira Lopes ressaltou que a análise do material coletado contribui para o entendimento dos processos de colonização da região. “A exposição está voltada para a ocupação da Chapada do Araripe e de certa forma a colonização do Piauí e grupos que viveram antes da colonização. É através da cultura material que a gente vai tentar desvendar ou reconstituir a história e entender o contexto histórico da região do Piauí”, afirmou.
Segundo Luiz Severino Silva Júnior, professor do Colegiado de Artes Visuais da Univasf e um dos curadores da exposição, algumas peças pré-históricas têm um destaque maior em decorrência do tempo. Para ele, as cerâmica apresentadas, denotam a formação de um grupo social complexo e um alto grau de desenvolvimento para a época. “Nossa região já estava ocupada por esses grupos há pelo menos mil anos, ou seja, 500 anos antes da chegada dos primeiros colonos, esse grupos indígenas já desenvolviam cerâmicas que não eram só cerâmicas utilitárias, eram cerâmicas cerimoniais, com temática, composição, policromia. Isso já denota um alto grau de desenvolvimento”, contou.
De acordo com ele, teses de doutorado que vêm sendo desenvolvidas sobre essas cerâmicas apontam para uma migração desses grupos pré-históricos, num movimento hoje entendido como expansão territorial. “Esses grupos, ao produzir esse tipo de objeto complexo e esteticamente trabalhado, denotam que estavam se expandindo dentro de uma área sobre a qual já tinham domínio”, completou.
Para o estudante de Medicina Deolindo de Souza Ribamar, que visitou a exposição ontem, a ExpoArq mostra o trabalho que vem sendo feito pela Univasf. “É uma contribuição histórica para a comunidade e mostra o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo curso de Arqueologia”, comentou.
A ExpoArq é realizada sob a coordenação do professor Mauro Alexandre Farias Fontes e também tem curadoria da professora Gisele Daltrini Felice, ambos do Colegiado de Arqueologia e Preservação Patrimonial, e conta com a participação de cerca de 30 pessoas, entre professores e estudantes. A exposição é uma iniciativa do Laboratório de Arqueologia Pré-Histórica do Campus São Raimundo Nonato (PI) da Univasf, em parceria com a Diretoria de Arte, Cultura e Ações Comunitárias (DACC), vinculada à Pró-Reitoria de Extensão (Proex).
Para a diretora da DACC, Fabiane Pianowski, esta é uma exposição de grande relevância para a região. “Ela conta parte da história e da pré-história do homem americano, vinculada à região onde está a Universidade. Então, é importante pra gente conhecer a nossa própria história e cada vez ter mais cultura e conhecimento”, disse.
O agendamento para visitação de grupos poderá ser realizado através da DACC pelo telefone (87) 2101-6770 ou pelo email: proex.dacc@univasf.edu.br.
Ascom Univasf