ANPOLL emite carta aberta e repudia o “Escola sem partido”

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Carta aberta da ANPOLL (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística) sobre o atual momento do nosso país.

A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Letras e Linguística vem a público expressar sua profunda preocupação com os desenvolvimentos recentes que tocam a ciência e o ensino no Brasil. No âmbito do Poder Executivo, a fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com o das Comunicações prejudicará significativamente o avanço da pesquisa no país, incluindo em especial a área das ciências humanas. Trata-se de uma medida tomada por um governo interino que atesta a pouca importância que dá à produção de conhecimento e consequentemente ao desenvolvimento do Brasil.  A fusão vem junto de um corte de verbas da Capes e do CNPq que dificultará em muito o funcionamento minimamente adequado da pós-graduação nacional. Os danos causados levarão anos para ser compensados.

No âmbito do Poder Legislativo, tanto dos estados quanto dos municípios, o projeto de Lei 867/2015, “Escola sem Partido”, representa um retrocesso inimaginável na educação do país. Aquilo que entende por “partido” é, na realidade, o pensamento crítico; o que propõe como neutralidade, o senso-comum forjado pelos meios de comunicação. Tirar da escola o seu papel de refletir, de questionar o mundo, é reduzi-la a um instrumento de transmissão de conteúdos inertes.

Convocamos, não apenas nossos associados, mas toda a comunidade das Letras, a se mobilizar para: 1. reverter a fusão do MCTI com o Ministério das Comunicações, 2. reivindicar a volta dos recursos disponíveis na CAPES e CNPq ao nível de 2014, 3. exigir a anulação do Escola sem Partido. Somente através da união de nossa área conseguiremos construir uma voz forte o suficiente para ser ouvida.

Campinas, 27/06/2016

Diretoria da ANPOLL biênio de 2014-2016

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