Dono da Delta, Cachoeira e mais 3 vão para presídio em Bangu

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Presos na Operação Saqueador são levados para presídio em Bangu

Cavendish e outros 4 suspeitos não podem deixar prisão sem tornozeleira. Polícia Federal e o governo do RJ não possuem equipamento em estoque.

Empresário assina termo que pede a sua prisão (Foto: Reprodução / TV Globo)
Empresário assina termo que pede a sua prisão (Foto: Reprodução / TV Globo)

O dono da empresa Delta, Fernando Cavendish, e os empresários Adir Assad, Marcelo Abbud e Cláudio Abreu, além do contraventor Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, foram transferidos para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, às 15h08 deste sábado (2).

Os cinco, presos durante a Operação Saqueador da Polícia Federalx, estavam no presídio Ary Franco, em Água Santa, na Zona Norte, e foram autorizados a cumprir prisão domiciliar. Porém, o plantão judiciário negou o recurso dos advogados para que eles deixassem a prisão sem as tornozeleiras eletrônicas.

Segundo informações obtidas com exclusividade pela TV Globo, a previsão é que essas tornozeleiras cheguem apenas na próxima quinta-feira (7). A Polícia Federal também não possui o equipamento.
Na sexta (1°), o Tribunal Regional Federal da 2ª Região transformou a prisão preventiva dos cinco investigados em prisão domiciliar. Nesta manhã, a Justiça Federal também determinou que os presos com curso superior fossem transferidos para o presídio de Bangu 8. Enquanto as tonozeleiras não chegam, eles não podem deixar o sistema penitenciário.

Fernando Cavendish chegou antes das 6h ao presídio Ary Franco, em Água Santa (Foto: Pedro Figueiredo)
Fernando Cavendish ao chegar no Instituto Médico Legal (Foto: Pedro Figueiredo)

O dono da Delta foi preso assim que desembarcou no Aeroporto Internacional Tom Jobim, como mostram, com exclusividade, imagens do RJTV 1ª edição. Cavendish recebeu noz de prisão exatamente às 4h57. O empresário carregava apenas uma mochila e informou aos policiais que não estava com nenhum celular. Ele é apontado como o chefe do esquema que desviou pelo menos R$ 370 milhões dos cofres públicos.
Cavendish deixou o aeroporto escoltado por agentes da PF e de lá foi levado diretamente para realizar exames no Instituto Médico-Legal antes de seguir para o presídio Ary Franco. Cavendish chegou ao Rio em um voo vindo da Europa, onde estava desde o dia 22 do mês passado.

Fernando Cavendish chega ao presídio Ary Franco no carro da Polícia Federal (Foto: Reprodução / TV Globo)
Fernando Cavendish chega ao presídio Ary Franco no carro da Polícia Federal (Foto: Evandro Cardoso / TV Globo)

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária informou que ainda não recebeu o pedido para a soltura e que, no momento, não possui tornozeleiras eletrônicas. A secretaria esclareceu que vem se esforçando para honrar seu compromisso junto ao fornecedor para que a entrega e manutenção dos equipamentos sejam normalizadas.

Uso de tornozeleira
A GloboNews teve acesso ao despacho do juiz que concedeu a prisão domiciliar aos investigados na Operação Saqueado. Foram estabelecidas sete medidas cautelares: afastamento da direção das empresas envolvidas nas investigações; recolhimento domiciliar integral até que demonstre ocupação lícita; comparecimento quinzenal em juízo; obrigação de comparecimento a todos os atos do processo; proibição de manter contato com os demais investigados; proibição de deixar o país, devendo entregar o passaporte em até 48 horas; e monitoração por meio de tornozeleira eletrônica.

Procurador critica decisão
Em nota, o procurador-regional da República, José Augusto Vagos, chefe da Procuradoria-Geral da República da 2ª Região, disse que a decisão de reverter a prisão preventiva “beira o abolicionismo penal”, considerando que permite prisão domiciliar “num contexto de desvios de quase 400 milhões”.

O procurador classificou como “um desprestígio aos órgãos de persecução que trabalharam duro para essa operação, gasto enorme de tempo e dinheiro para, sem maiores considerações e aprofundamentos, concederem-se prisões domiciliares em série”. Vagos afirmou que irá recorrer da decisão.

Denúncia aceita
Nesta sexta, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, aceitou a denúncia contra os 23 suspeitos de participar do esquema de desvio de dinheiro público investigado na Operação Saqueador. Na quinta (30), agentes do MPF e da PF do Rio foram às ruas em três estados para cumprir os mandados que tinham o objetivo de combater a lavagem de dinheiro e o desvio de verbas em obras públicas.
A PF chegou de madrugada aos endereços em três capitais. Um dos alvos, o empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Construtora Delta, não estava em casa, no Rio de Janeiro. Ele mora de frente para o mar, na Avenida Delfim Moreira, no Leblon, um dos endereços mais caros do país.

Cavendish estava fora do Brasil desde 22 de junho. Os agentes apreenderam um cofre no apartamento dele e documentos na sede da Delta, no Centro da cidade.

Em Goiânia, os policiais prenderam o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o ex-diretor da Construtora Delta para a região Centro-Oeste, Cláudio Dias Abreu.

G1 

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