” Estranho seria se o PSOL se aliasse aos partidos de direita” disse Paulo José sobre apoio do Psol ao PcdoB

Na última segunda-feira (25), o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) anunciou, em coletiva de imprensa, a sua adesão a pré-candidatura de Paulo Bomfim( PCdoB) a prefeito de Juazeiro-BA. Desde então, muitas criticas foram feitas ao Presidente do diretório municipal do Psol, o professor Paulo José, que abdicou da pré-candidatura.

Para falar sobre o assunto, o professor Paulo participou de uma entrevista na manhã de hoje (28) no programa Palavra de Mulher (Rádio Cidade-AM 870) e também falou ao Portal Preto No Branco.

Sobre a desistência da candidatura própria, ele declarou que “O Psol tinha um projeto, mas como estou de licença para estudo e sendo funcionário público, não poderia me candidatar. Assim eu estaria cometendo um crime administrativo e poderia ser demitido do serviço público por justa causa, já que me licenciei para estudar e não para concorrer às eleições”, esclareceu o Presidente.

Paulo José também justificou o apoio do Psol a pré-candidatura de Paulo Bonfim e ao projeto do PCdoB “Conversamos com outros partidos para conhecer os projetos. Primeiro conversamos com o Charles Leão. Fui convidado por ele, mas disse que a parceria seria impossível, pois os projetos políticos não eram compatíveis. Conversamos também com o pré-candidato Carlos Luciano e a conversa até avançou, mas ele colocou o PP no projeto e o Psol também não pode coligar com o Partido Progressista, por decisão nacional. Ainda conversamos com o Doutor Márcio Feitosa, mas também não houve afinidade com a discussão que ele propõe para o município. Então ficou difícil. Diante disse, chamei os nossos pré-candidatos a vereadores, que já estavam construindo o sonho de pleitear um espaço no legislativo e colocamos todas as possibilidades. Foi com muita honestidade que conversamos com todos do PSOL até chegar a decisão de aceitar o convite do PC do B, porque de todos os projetos que apreciamos foi este o que mais se aproximou do que pensamos e queremos para Juazeiro”, declarou o Presidente do Psol.

Ainda sobre esta adesão, ele acrescentou: ” Naturalmente o partido (Psol) tem um alinhamento de esquerda em nível nacional. Nós não estamos discutindo apenas Juazeiro. Pensar assim é pequeno. Nós estamos discutindo um projeto nacional, uma visão democrática e progressista. Nós estamos juntando forças para defender os brasileiros e brasileiras no Congresso Nacional, contra os ataques neoliberais de Michel Temer e toda a sua “cambada”. Nós estamos defendendo as conquistas sociais, que também chegaram a Juazeiro. Nós estamos reagindo contra os ataques à previdência social, aos direitos dos trabalhadores, aos direitos sociais, ao projeto Minha casa Minha vida, aos direitos humanos, a cultura e tantos outros avanços, que também chegaram a Juazeiro. E isso é fato!”

Questionado sobre as críticas que fazia a atual gestão, antes da coligação, Paulo José firmou que elas vão continuar. “Não é porque nós estamos assumindo o projeto que vamos deixar de fazer as críticas. As críticas são importantes para o crescimento do governo. Não é porque você critica as pessoas, que você as odeia. Muito pelo contrário, quando você faz a crítica e se coloca à disposição para dialogar, você mostra o seu tamanho e a sua capacidade de ouvir e construir junto. O Psol jamais teve um projeto particular, de poder ou de desconstrução do que vem sendo feito pela atual gestão. O Psol jamais replicou o discurso de ” vamos nos unir para destruir esse projeto do PCdoB ou destruir o atual gestor”, como alguns costumam repetir. O Psol quer o melhor para a cidade e, com muita convicção, afirmamos que qualquer outro projeto ( se é que podemos afirmar que exista um projeto consistente nesta oposição) seria um retrocesso”. afirmou Paulo.

O professor finalizou a entrevista dizendo que “Na política a gente não pode ter miopia. Fazer crítica na política é uma questão de olhar de forma ampliada, independente, livre de ranços e rancores. As intervenções que fizemos e continuaremos a fazer, são voltadas para a construção. Uma forma de contribuir com o desenvolvimento do nosso município. Pensar diferente disso é “picuinha”´e não é sensato.

Temos um olhar sobre a gestão, expomos o nosso pensamento e não nos furtamos de contribuir de alguma forma. Então, é com muita tranquilidade, segurança e confiança que assumimos este apoio, nascido unicamente da intenção de ver Juazeiro avançar mais e livrá-lo de qualquer ameaça de retrocesso. Para frente é que se anda, meus amigos! Quanto a estranheza de alguns, só tenho a dizer:

Estranho seria se o PSOL se aliasse aos partidos de direita. Aí estaríamos traindo a nossa história e esse não é o nosso perfil. Definitivamente”, concluiu, o professor Paulo.