Hospital das Clínicas é 1º da Bahia habilitado a realizar processo transexualizador pelo SUS

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O Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes) é a primeira unidade de saúde habilitada para realizar o processo transexualizador via Sistema Único de Saúde (SUS) na Bahia.

O procedimento pode ser definido como um conjunto de estratégias assistenciais para transexuais que pretendem realizar modificações corporais do sexo, que inclui a cirurgia de mudança de sexo, em função de um sentimento de desacordo entre seu sexo biológico e seu gênero. Publicada no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (2), a habilitação é referente às modalidades ambulatorial e hospitalar.

De acordo com a endocrinologista Luciana Barros, responsável pelo serviço, a ideia é que os atendimentos sejam iniciados ainda em outubro deste ano. “Ainda estamos construindo. Na próxima semana, vamos começar as capacitações, desde porteiros e seguranças até enfermeiros e médicos.

É necessário atender esses pacientes da maneira correta”, afirmou a profissional ao citar o preconceito sofrido por transgêneros e transexuais. Ainda em construção, o serviço deve receber pacientes a partir de agendamentos por meio da atenção básica. “Mas isso ainda está sendo discutido, por conta das dificuldades da população trans para ser atendida na atenção básica.

Ao mesmo tempo, não pode operar totalmente de portas abertas, para evitar filas gigantescas, como havia anteriormente”, explicou. O processo transexualizador já é realizado por meio do SUS desde a publicação da portaria nº 457, de agosto de 2008, pelo Ministério da Saúde.

O texto estabelece idade mínima de 18 anos para procedimentos que incluem acompanhamento multiprofissional e hormonioterapia. Já para intervenções cirúrgicas, a idade mínima é de 21 anos. Também é definido que, para realização do processo transexualizador, são necessários pelo menos dois anos de acompanhamento terapêutico.

Candidatos à cirurgia que já passaram por esta etapa podem se candidatar imediatamente à realização do procedimento. Ainda assim, o Hospital das Clínicas oferecerá suporte a todo o processo: desde o atendimento psicoterapêutico até a hormonoterapia, que deve ser realizada para o resto da vida. “Hoje os hormônios não estão disponíveis na rede SUS para acesso gratuito, mas a gente tem trabalhado junto à Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) para fazer isso, mas ainda não tenho essa resposta”, esclareceu Luciana. Todo o atendimento – ambulatorial e hospitalar – será realizado na estrutura já existente do Hupes.

No entanto, segundo a endocrinologista, as obras inacabadas do centro cirúrgico prejudicam não apenas esse serviço, mas de todas as especialidades atendidas no hospital. “O Hospital das Clínicas precisa de apoio para terminar a reforma do centro cirúrgico, porque o espaço não dava conta antigamente.

Por problemas diversos, essas obras não foram concluídas. Isso também é necessário para que o nosso serviço seja realizado de melhor forma”, ressaltou. Por conta do problema, há a possibilidade de realização de apenas uma cirurgia por mês, já que os espaços são utilizados para todas as especialidades.

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