Esta semana, a Unidade de Pronto Atendimento e Atenção Especializada de Petrolina (UPAE/IMIP) promoveu uma capacitação profissional em urgência e emergência, baseada na simulação de casos clínicos sobre a Síndrome Coronariana Aguda, que envolve as situações de angina instável e infarto agudo do miocárdio. A formação em serviço faz parte das atividades do Núcleo de Educação Permanente (NEP) e, nesse momento, envolveu médicos e enfermeiros do serviço de Pronto Atendimento. Como convidado, a Unidade trouxe o cardiologista coordenador do Centro de Treinamento do Hospital Agamenon Magalhães, Dr. João Moraes.
“A UPAE de Petrolina é gerida pelo IMIP, que tem como pilares de sustentação a assistência, o ensino e a pesquisa. Dessa forma, prezar pela capacitação e atualização dos nossos colaboradores é uma das nossas missões. O curso dessa semana teve como foco o infarto, responsável por aproximadamente 30% das mortes no Brasil. Com essa iniciativa preparamos melhor os profissionais que atuam na primeira intervenção no paciente para agir em tempo hábil, com relação ao diagnóstico e tratamento. Consideramos o treinamento muito bom para a UPA24h, como também para a população, que passa a ter um atendimento diferenciado”, ressalta o coordenador médico, Dr. Elson Marques.
O objetivo foi capacitar os profissionais de saúde sobre como deve ser feito o atendimento inicial e a medicação. No caso do infarto, ocorre uma obstrução nas artérias coronarianas, que se não tratado a tempo e adequadamente pode levar o paciente a óbito. O tratamento da síndrome coronariana envolve tempo e agilidade. De acordo com a Sociedade Americana de Cardiologia, esse tempo correto para atendimento é de 90 minutos. “Além dos médicos, o curso envolveu os enfermeiros que realizam o acolhimento na classificação de risco da urgência e emergência. Com as novas informações, estes profissionais também poderão identificar mais facilmente um paciente que esteja sofrendo com uma angina ou infarto, acelerando seu fluxo dentro da Unidade”, acrescenta a gerente do NEP, Martapolyana Torres.
O médico plantonista, Fillipe Carvalho, relata que apesar do Pronto Atendimento da UPAE ter perfil clínico e não funcionar como uma referência coronariana, recebe muitos casos das síndromes que atacam o coração. “Somos uma unidade de saúde pré-hospitalar, porta aberta, funcionando 24h. Desse modo, absorvemos os mais diversos tipos de urgência e emergência. Como temos uma boa estrutura e dispomos de medicamentos trombolíticos, capazes de dissolver os coágulos que fecham as artérias, conseguimos ter uma alta resolubilidade na primeira intervenção. A capacitação veio justamente para nos dar mais segurança no prognóstico, fator esse que pode fazer toda a diferença no desfecho do paciente. O papel da UPA24h, nesses casos, é conseguir estabilizar o paciente para que ele possa ser regulado e transferido para um serviço hospitalar especializado”, ressalta.
Dos ensinamentos que ficaram: sempre que um paciente apresentar dor torácica, principalmente se for portador de fatores de risco cardiovascular, a hipótese de um infarto agudo do miocárdio deve ser considerada; geralmente, a realização do eletrocardiograma e a dosagem seriada de enzimas cardíacas no sangue podem confirmar o diagnóstico em pouco tempo; se os exames iniciais demostrarem certos achados típicos do infarto, o médico deve instituir imediatamente uma terapia na tentativa de abrir a artéria que está obstruída pelo trombo. Para a população em geral, dores no centro do tórax, que podem irradiar para mandíbula e membro superior esquerdo, acompanhadas de suor intenso, náuseas e vômitos, podem ser sintomas de infarto e o paciente deve ser encaminhado imediatamente ao serviço de saúde. Caso necessário, é possível solicitar o SAMU pelo 192.