O campus Ciências Agrárias da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), foi ocupado essa semana. O Movimento Ocupa CCA, MOCCA, surgiu diante do cenário político nacional sob os futuros efeitos da PEC241 em processo de aprovação, principalmente com a precarização do ensino público. Nós do Campus Ciências Agrárias sofremos atualmente com a falta de infraestrutura básica, mesmo sem estar sob a aplicação da PEC241. O movimento estudantil do CCA sempre esteve na luta por melhorias para nosso campus, e agora agregamos nossa força à uma luta nacional com unidade e ação próprias.
O prejuízo provocado por essa PEC será sentido por todos os trabalhadores, trabalhadoras e seus filhos, em setores essenciais do serviço público como saúde e educação cujo o financiamento governamental, mesmo hoje em dia, não supre o mínimo necessário.
Sob efeito do teto do investimento público nessas áreas, teremos esses direitos constitucionais abalados seriamente. Ficamos sob o risco da completa destruição do ensino superior público já sucateado. Diante desse cenário, o movimento estudantil não pode ficar à mercê de interesses contrários da maior parte da população brasileira, por isso decidiu se unir e lutar contra tais retrocessos que não são exclusivos da atual gestão golpista, mas que foram intensificados nela especialmente com esse Projeto de Emenda Constitucional.
Para além disso, temos pautas locais fundamentais, relacionados a infraestrutura básica, cuja inexistência até hoje mostra o quanto a UNIVASF nasceu precarizada. Nossas pautas são:
– Fornecimento e melhoria da qualidade da água.
A água de CONSUMO no CCA se encontra barrenta quando é fornecida, nos deparamos no meio do semiárido e por vezes passamos todo um turno sem água para consumo e a problemática da distância do campus e transporte intensifica essa questão.
– Melhorias no sistema de energia.
Durante o dia há por vezes queda de energia no campus e esse problema está gerando diversos prejuízos. Trabalhos de pesquisas são perdidos e em certos casos até equipamentos, devido a esse problema.
– Segurança no campus.
O CCA encontra um problema sério de segurança, alguns projetos de pesquisa tiveram perdas de material e já aconteceu caso de estudantes perderem bolsa de pesquisa devido aos furtos.
– Transporte.
Há uma superlotação do transporte estudantil onde muitos estudantes não conseguem entrar no transporte para chegar no campus, situação essa que ocorre desde a implantação.
– Sistema de produção animal
O sistema de produção animal encontra-se sucateado. Os setores que compõem o sistema pouco ou nada produzem, além de algumas atividades de ensino. Os animais lotados nesses setores já encontram-se no final da sua vida útil não estando mais aptos a utilização para experimentos e aulas práticas. Outros setores de produção, apesar de existir a instalação (nem sempre adequadas), não possuem animais o que prejudica a formação acadêmica dos estudantes que dependem de tais culturas (avicultura, suinocultura, equideocultura, entre outros) na sua grade curricular. Além disso, existe deficiência na manutenção desses animais no que diz respeito a suplementação alimentar de qualidade, faltando recursos para aquisição de rações e outros ingredientes necessários a nutrição animal. Além do exposto, ainda contamos com os atrasos na execução do projeto de hospital veterinário de grandes animais, que auxiliaria no sistema de produção animal.
Entendemos que algumas dessas deficiências foram intensificadas após os grandes cortes de 2015 nos recursos para as universidades públicas. Porém, sob os efeitos da PEC 241 e outras ações na esfera federal da atual gestão golpista de Temer, a situação do Ensino Público se tornará completa e irremediavelmente insustentável. Por isso, nos colocamos na LUTA e convocamos todos os estudantes do campus ciências agrárias, e todos os outros que estiverem dispostos a LUTAR e unir forças relacionadas as nossas reivindicações. Entretanto, fazemos questão de deixar CLARO que essa luta é muito maior que a universidade, e por isso atuaremos não só no âmbito da Universidade, mas também da comunidade que nos cerca.
Ascom