
Na noite desta terça-feira (1) a Frente de Luta – Univasf realizou uma assembleia com estudantes da instituição em Juazeiro (BA), com o objetivo de discutir a conjuntura nacional de ataques à educação e ao trabalhador através de medidas como a PEC 241 (PEC 55 no Senado), PL 257, a reforma do ensino médio, reforma trabalhista (CLT) e a futura reforma previdenciária e avaliar a possibilidade de greve ocupação do Campus.
Os estudantes também discutiram demandas específicas do Campus, apontando algumas deficiências e decidiram pela ocupação e greve imediatas. Segundo a coordenação do movimento a assembleia foi amplamente divulgada nos meios de comunicação e entre a comunidade universitária.
Na convocatória os coordenadores ressaltaram que “Todo esse movimento de lutas teve início com a UNIVASF e em seguida se espalhou por todo o país. No entanto, a greve estudantil em nossa universidade acaba de maneira súbita e ridícula seguindo na contra-mão do movimento que ela mesma deu início e contrário até mesmo aos demais campi que ainda se mantém em greve, assim entrando em contradição consigo mesmo e expressando isso internamente, o movimento estudantil se colocou de fato, como um para-choques da burocracia universitária onde cumpriu a função de desmobilizar os estudantes”.
A Frente de Luta UNIVASF resolveu então convocar os estudantes para reconstruir o movimento grevista, afirmando que “desta vez de novo tipo, sendo combativo e construído pelas bases, onde possamos unir forças aos demais campi e universidades da região, além de ir fora da universidade estabelecendo diálogo com trabalhadores e sindicatos, tendo em vista que os ataques à educação perpassam diretamente a vida do trabalhador também, onde todo este processo e medidas do atual governo está interligado”.
As ocupações ocorrem em diversos estados do país. Estudantes do ensino médio, superior e educação profissional têm buscado pressionar o governo por meio de ocupações de escolas, universidades, institutos federais e outros locais. Segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE), até ontem (31), 134 campi universitários e mais de 1 mil escolas e institutos federais estavam ocupados.
Por conta das ocupações o Ministério da Educação (MEC) decidiu adiar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que aconteceria no próximo final de semana, em 304 locais de provas, entre escolas, institutos e universidades federais, que participam do movimento. Com o adiamento 191.494 candidatos só farão o exame nos dias 3 e 4 de dezembro. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), os estudantes serão informados posteriormente dos novos locais.