Pois bem, a grafiteira, sim, GRAFITEIRA e precisamos explicar que grafite é uma “forma de manifestação artística que imprime inscrições, pinturas, obras de arte em paredes de espaços públicos”, Concluinte do curso de artes visuais na Universidade Federal do Vale do São Francisco, não é mais uma “garota”, mas uma mãe trabalhadora, contratada por uma empresa que aposta neste importante instrumento de transformação dos espaços públicos e excelente suporte de comunicação artística, o grafite.
Julgaram absurdo o ato da cidadã que estava à serviço da arte. Afirmaram que a “pichação” era um “ato lamentável de protesto”. “Uma prática condenável”, que atinge a sociedade. Tentaram criminalizar a juventude, quem sabe? Por estes tempos essa prática ganha adeptos, cada vez mais, velozes e furiosos.
E preciso explicar também a diferença entre grafitagem e pichação:
“O grafite é uma arte que é baseada em desenhos: todas as letras e figuras que são utilizadas na pintura são pensadas e elaboradas, para que representem aquilo que o artista quer mostrar. A pichação é o ato de escrever ou rabiscar e por isso é considerada vandalismo” (…) , o que também se pode contestar, já que é assim que muitos pichadores expressam suas ideias, se fazem notados e protestam também, o que é legítimo.
Há aí uma controvérsia. Um assunto bom para discutir além da superfície e noutro momento. O que eu já estou dizendo é que expuseram a trabalhadora a um vexame e foi desrespeitoso e de mal gosto. Se bem que… vexame mesmo foi provocado por uma nota de esclarecimento da empresa contratante, a quem quero parabenizar pela atitude socialmente cultural e responsável que encerrou a fofoca dizendo que, “na verdade, trata-se de uma grafiteira contratada pela Celpe para orientar a população sobre o uso seguro da energia elétrica. O projeto, segundo a Celpe, já foi implantado com êxito no Recife” e mais: “A ideia surgiu a partir da vontade de valorizar a arte de rua. Mas, também queríamos aproveitar o espaço para transmitir mensagens para a população, decidimos que não poderia ser outra coisa se não expor dicas de segurança”, explicou o gerente de Segurança da Celpe, Pablo Andrade.
E já que eu meti o bedelho, deixa eu só lembrar que existem relatos e vestígios dessa arte ainda na idade da pedra e há registros importantes do grafite também no Império Romano.
Talvez este lembrete nos leve a evoluir, não é?
Sibelle Fonseca
Isso sim que é informação com qualidade! Parabéns, Sibelle!
Gostei. Parabéns! Tem uma gralha no penúltimo parágrafo, Sibelle: “deixar”.
Obrigada, Fátima Santiago. Corrigido!