O ex-Coordenador do Centro de Cultura João Gilberto (CCJG) em Juazeiro-BA, João Leopoldo Vargas, esteve no Programa “Palavra de Mulher , com Sibelle Fonseca, na Rádio Cidade AM 870, nesta segunda-feira (14) e falou sobre o trabalho que desenvolveu nos seis anos que assumiu a gestão do espaço cultural e também sobre sua exoneração, que aconteceu na semana passada.
O ex gestor afirmou que soube da exoneração através do Diário Oficial do dia primeiro de novembro, o que não foi surpresa para ele, já que passou quase um ano sob a ameaça de exoneração, mesmo com a reação da classe artística que deflagrou o movimento “Fica João no João”, recolhendo mais de 400 assinaturas em um abaixo assinado que pedia a permanência dele na coordenação do órgão. A mobilização da classe artística do Território São Francisco se deu em reconhecimento ao trabalho sério, inclusivo e democrático que o gestor desenvolveu à frente do Centro de Cultura, mas não foi suficiente para manter o gestor no cargo. Venceu a lógica da velha política de indicação, sem qualquer consulta ou conversa com a classe artística.
O cargo de gestor do CCJG seria do Deputado Roberto Carlos, que ouvido pela nossa reportagem no mês de julho/2106 , afirmou que estaria disposto a negociar a indicação com o PT, mas o partido não demonstrou interesse. João Leopoldo, na entrevista de hoje, isentou o diretório municipal do PT, partido ao qual é filiado, de ter alguma interferência na sua exoneração, mas ratificou a informação do deputado ” O Deputado Roberto Carlos (PDT) evitou nomear o novo coordenador do CCJG. Ele disse algumas vezes que, mesmo aquele espaço sendo da sua cota de indicação, não teria nenhum problema em abrir mão para o PT, desde que o partido oferecesse um outro espaço para ele. “Infelizmente essa negociação não teve êxito. Não houve essa movimentação do PT em nível estadual. O que me causou indignação foi o fato de que a minha substituição foi estrategicamente trabalhada por membros do meu partido (PT)”, declarou.
João Leopoldo prestou contas do trabalho realizado no Território São Francisco e agradeceu o apoio e reconhecimento da classe artística, da sociedade juazeirense e garantiu que vai continuar envolvido e atuando na cultura do município, mesmo sem exercer algum cargo. “Saio da gestão com a consciência tranquila de que realizamos um bom trabalho. Nós entregamos um espaço bem melhor do que o que recebemos, mesmo com todas as nossas dificuldades e limitações. Sabemos também que quem esteve no Centro de Cultura antes de mim, também deu sua contribuição para que esse espaço fosse melhor. Durante a minha gestão, nós conseguimos melhorar a estrutura do espaço e conseguimos equipamentos que antes nunca tiveram no órgão. Demos uma nova vitalidade aquele espaço trabalhando nos três eixos e incentivando a qualificação artística. Trabalhamos para oferecer a melhor programação possível para o público de Juazeiro e região”.
Por indicação do Deputado Roberto Carlos, foi nomeada para o cargo Ramilda Thamara Medeiros da Rocha, ex-gestora da Ciretran, em Juazeiro, também por indicação do mesmo parlamentar. “O processo político sempre acontece. Eu também fui uma indicação política e não vejo nenhum problema nisso. Só lamento a forma como aconteceu esse processo. Eles poderiam ter sido mais sensíveis ao apelo dos artistas, inclusive não houve nenhuma resposta em relação ao abaixo assinado com mais de 400 assinaturas. Também não foi dada uma satisfação aos artistas sobre essa substituição. A movimentação foi realmente política”, declarou João Leopoldo.
Concluindo, João Leopoldo falou de seus novos projetos e desejou boa sorte a nova gestora. “Desejo boa sorte a nova gestora. Espero que ela consiga fazer um trabalho que atenda aos interesses da classe artista e do público e espero também poder contribuir com a nova gestão, no que for preciso. Vou continuar atuando na área cultural e na área comunitária e estou pronto para os novos desafios”.
Da Redação: Sibelle Fonseca
