Estudantes do OcupaUneb respondem aos estudantes contrários à ocupação que resiste à PEC 241/55

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Na manhã de hoje (23), uma comissão de estudantes do movimento OcupaUneb, em Juazeiro, participou do Programa Palavra de Mulher, na Rádio Cidade Am 870, com Sibelle Fonseca, para fazer uma avaliação da ocupação no Campus, que já dura mais de 30 dias, e responder a algumas críticas feitas por estudantes que não apoiam a forma de ocupação pelos estudantes.

Na última segunda-feira (21), os estudantes Ari Paiva, Cléber Jesus e mais dois estudantes da instituição, também participaram do programa, quando fizeram alguns questionamentos, inclusive sobre a legalidade e legitimidade do movimento. Hoje, Rodrigo Alencar, estudante do curso de direito, iniciou afirmando que houve uma assembleia geral com a participação de estudantes de todos os cursos e a maioria decidiu pela ocupação. “20 dias após a ocupação, nós realizamos uma nova assembleia com mais de 300 alunos, onde 213 votaram a favor do movimento. Esses números são uma prova da nossa legitimidade, da nossa força enquanto movimento político. Enquanto os números contra a ocupação diminuíram, os números a favor praticamente dobraram e representaram um aumento de 100% em relação aos que eram contra”, disse Rodrigo.

O estudante também respondeu sobre a posição dos alunos que querem e têm o direito de assistir aulas, como alegaram os estudantes que não concordam com o movimento. “Assim como o direito à educação é garantido, o direito à livre manifestação também é. A ocupação defende o direito à educação e se as pessoas querem que o seu direito à educação seja respeitado, elas deveriam se mobilizar contra esse governo que quer congelar os gastos públicos e restringir as verbas e as vagas na universidade pública”, rebateu o estudante.

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Sobre a preocupação de atrasar o curso, já que o semestre deveria ser encerrado na próxima sexta- feira, manifestada pelo estudante de agronomia Ari Paiva, o estudante pró ocupação justificou: “Não é um semestre que está em jogo, são 20 anos. A gente sabe que toda manifestação, todo ato de rua tem seus prejuízos, mas nós acreditamos que os prejuízos que o governo vai causar com essa medida serão muito maiores que um semestre”, expôs.

A comissão também fez uma retrospectiva das mobilizações que aconteceram na região contra a PEC 241/55, desde que a ocupação na Uneb teve início, reafirmando que o movimento também está se dando fora dos muros da universidade. “Nós da ocupação realizamos também um dos maiores e mais bonitos atos de rua da região, que aconteceu no dia 24 de Outubro, junto com outros secundaristas e com amplo apoio da população, contra a PEC 55. Uma comissão da ocupação também foi para Salvador, se manifestar na Assembleia Legislativa da Bahia e apresentar uma emenda da lei orçamentária anual para aumentar as verbas das universidades estaduais baianas. Também realizamos juntamente com outras ocupações, o movimento OcupaVale, onde conseguimos fechar a ponte Presidente Dutra, tendo repercussão regional e nacional. E estamos articulando a ida de algumas pessoas para Brasília, na Caravana Nacional, que vai acontecer no próximo dia 29. Então, ao mesmo tempo nós, que estamos ocupando a universidade, estamos fazendo atos de rua e nos manifestando em nível estadual e federal”, afirmou Rodrigo.

A comissão também defendeu a legitimidade do movimento. “Sobre a suposta ilegitimidade de greve de estudantes, segundo a visão dos estudantes contrários a ocupação, é mais uma falácia. Na legislação brasileira não há nenhuma lei específica sobre greve estudantil e nesses casos, o que o direito não proíbe, está permitido e essa é a questão da greve estudantil. Inclusive eu lembro o renomado jurista José Afonso da Silva, que diz: ‘A lei não pode ser para restringir o direito à greve, mas sim para proteger e garantir’. A gente tá totalmente respaldado, é uma decisão legítima e totalmente legal”, ressaltou.

Rodrigo Alencar e os membros da comissão também denunciaram o atentado que aconteceu na semana passada, quando 3 jovens encapuzados soltaram rojões dentro da universidade como forma de ameaçar a ocupação. “Nós não estamos lutando apenas pela educação. É pela saúde também, um direito de todos. Nós estamos articulando essa ocupação com outras categorias e outras ocupações. Nosso movimento é legítimo, foi deflagrado de maneira democrática e os que estão contra a ocupação não são democráticos. Eles fazem calúnias contra o movimento e fazem atentados físicos. Faço questão de lembrar que segunda-feira da semana passada, houve um atentado com rojões dentro da UNEB campus III, visando atingir os estudantes que estavam ocupando. Rojão não é brincadeira, inclusive nas manifestações de 2013, um cinegrafista da TV Bandeirantes foi morto por um rojão e isso é muito grave. Nós exigimos um posicionamento da direção desse departamento, repudiando essa prática violenta, antidemocrática, autoritária e fascista”, reagiu o estudante.

A estudante de agronomia Juliana Leite disse que uma nova assembleia está sendo programada para reavaliar os rumos do movimento, mas afirma que, por enquanto, a ocupação não tem data para terminar. “A ocupação vai seguir firme. Nós já estamos nos articulando para a realização de uma nova assembleia e não temos nenhuma data para desocupar a universidade. Estamos tendo o apoio de vários professores e somos convictos de que a ocupação é por uma causa justa, já que estamos lutando contra a PEC “do fim do mundo”, que trará prejuízos enormes para a sociedade brasileira. Os estudantes contrários à ocupação deveriam se aliar a nós e não ficar brigando para ter aula, porque têm muitos direitos em jogo”, afirmou Juliana.

Edilânia Pereira, estudante de engenharia de bio-processos e bio-tecnologia, também presente na entrevista, defendeu o movimento. “Eles usam o argumento que a gente só fica dentro da Universidade, mas a gente acredita que não basta só ir para as ruas. As pessoas têm que se conscientizar primeiro e a ocupação está servindo também para isto. A gente se conscientiza primeiro sobre o que é a PEC, para poder passar para a população”.

Concluindo, os estudantes convidaram a população para um ato nacional, previsto para acontecer na próxima sexta-feira (25). “Nós temos um ato nacional marcado para acontecer na próxima sexta-feira (25), que terá concentração em frente ao INSS, a partir das oito (8) horas e convidamos todas as categorias de trabalhadores e trabalhadoras, estudantes secundaristas, universitários e a comunidade em geral”, finalizaram os estudantes do OcupaUneb.

Da Redação

1 COMENTÁRIO

  1. Não sou a favor da PEC 55, a qual já li, não sou a favor das reformas no ensino médio, as quais tenho propriedade de discurso por ser minha área de formação, especialização e atuação e eu não preciso dizer fora temer porque eu já disse nas urnas quando não dei meu voto para a chapa dele.
    Não sou filiado a nenhum movimento de direita, muito menos a movimentos de esquerda como alguns são representantes são.
    Quero deixar claro que quem representa os cursos na faculdade não é o levante, nem une, muito menos o mepr, quem representa são os DA’s democraticamente eleitos.
    O que acontece é que alguns dos membros eleitos representam mais os seus movimentos esquerdistas ao qual são filiados do que os alunos que os elegeram.
    Fala-se muito em movimento democrático, mas não há democracia quando quem é movimento representativo na verdade escolhe as pautas para os seus representantes os apoiarem, movimento estudantil não é deliberativo, é representativo.
    Esse garoto Rodrigo Alencar, deveria ter aproveitado e citado porque o direito de ir e vir garantido a todo cidadão não tem valia dentro da ocupação. Deveria ainda ter explanado aonde esta a garantia legal de proibir o direito individual de um professor dar aula e de um outro aluno estudar. São direitos individuais e o direito a manifestação não é maior do que os direitos citados. Porque é quem está na ocupação que decide quem entra no prédio público? Foi privatizado pela ocupação?
    Na fala do garoto ele ainda disse que ia esclarecer para quem não tinha tanta afinidade com o direito sobre alguns assuntos, fico me perguntando se ele é tão fera, porque não conhece os estatutos que regem os cursos?

    Mentiu.
    Não houve assembléia no curso de pedagogia para consulta.
    As duas reuniões a que ele se referiu não foram para consulta dos alunos, foi duas semanas após a ocupação e aconteceu para fazer um balanço da ocupação. Eu estava em uma delas. Tinha cerca de 15 alunos, entre eles, 2 de agronomia e uma aluna da univasf. Reunião sem quorum algum para deliberar qualquer coisa. E a ordem das coisas não é assim, primeiro o DA delibera para depois consultar.
    Não houve consulta e vc mentiu.
    Desafio a vc provar levando a ata da reunião que continha 50% + 1 aluno matriculado no curso de pedagogia aonde foram consultados e se pronunciaram a favor desse movimento. Caso prefira ficar em silêncio e não encaminhar a ata ao programa que vc usou para mentir sobre esse assunto, vou entender que assumiu a besteira que falou.
    Um movimento que se diz democrático e não respeita os próprios colegas decidindo por eles e os forçando a ficar sem aula. Obvio que existe um ou outro aluno de pedagogia a favor, mas mande alguém ir na ocupação para contar quantos estudantes de pedagogia estão ocupando e traga os dados coletados para cá. Como o curso vai apoiar uma coisa que nem tiveram direito a se manifestar?
    Não sou contra o direito a manifestação, sou contra grupos que tiram o direito dos outros para garantir os seus próprios direitos. Ainda que a causa seja justa, perde-se o direito quando não se cumpre o dever, os fins nunca justificam os meios.
    O Reitor emitiu uma nota falando dos prejuízos causados a universidade e manifestando o desejo de negociar a retomada do semestre assim como os diretores de departamento não são a favor da ocupação, existem professores querendo dar aula, tenho um áudio de um aluno afirmando que mais de 80% da sala dele é a favor do retorno as aula.
    Garoto de direito você só provou que tem direito a greve e a invadir prédio público, apenas porque a lei não proíbe, mas não tem coragem de admitir que esta interferindo no direito individual de outros alunos.
    E NÃO, os direitos de um grupo não prevalecem sobre o direito individual. Pense que se uma assembleia decidir que vão tomar o carro de um professor da uneb para utilizar para as demandas da ocupação, quem tem mais direito, a assembleia que decidiu ou o individuo que comprou seu carro?
    Quando lhe propus no ar que todos nós convivêssemos pacificamente, cada um exercendo o seu direito, vcs ocupando um espaço e os alunos que querem aula ocupando o deles vc se acovardou e disse que não respondia pelo movimento, que eu tinha que ir na assembleia propor, se vc não representa o movimento, tava fazendo o que aí?
    Não vou na sua assembleia porque ela não é legal nem legitima sem antes assembleias individuais de cursos, vcs agem a margem da lei e criam um novo processo de legitimidade, para vcs a legalidade e legitimidade de verdade só serve quando lhes é conveniente. Quando vão de encontro aos interesses de vcs, vcs acreditam ter o direito de usar um monte de desculpas e evocar legitimidades inventadas relativizando tudo e fazendo o que vc fez ao vivo, chamando de fascista quem discorda do seu método.
    Pior de tudo é que depois de tudo você ainda vai ver a pec passando e só vai poder dizer que fez a sua parte que só serviu para prejudicar seus colegas.
    Sou contra PEC tanto quando sou contra qualquer movimento que comprometa os direitos individuais de qualquer cidadão.

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