Não se sabe ao certo o número de “guardadores” de carros, mais popularmente conhecidos como flanelinhas, que atuam nas ruas de Juazeiro (BA). Não existe um cadastro oficial. Com a implantação do sistema zona azul, no centro comercial, muitos deles foram procurar outra atividade. Outros permanecem nos seus pontos, abordando os motoristas que procuram estacionar, oferecendo o serviço de vigilância do automóvel em troca de algum pagamento.
O serviço dos flanelinhas sempre foi alvo de crítica por boa parte dos motoristas, que alega se tratar de um espaço público e até caracterizando o ato como extorsivo. Muitos reclamam também que sofreram ameaças e até mesmo danos materiais nos seus veículos quando se recusam a dar o valor solicitado.
Foi o caso do Professor Nilton Miranda, que denunciou a ação de um flanelinha nas imediações do Paço Municipal. Segundo o professor, assim que estacionou o veículo e foi abordado pelo flanelinha, ele informou que pagaria o ticket do Zona Azul, já que aquela área tem cobertura do sistema rotativo.
Diante da negativa de pagamento, o “guardador de carro” se irritou e agrediu o professor atirando uma pedra que, por sorte, não o atingiu, mas pegou no carro causando danos materiais. O professor conta que não havia no local nenhum agente de trânsito ou policial para que ele pudesse denunciar a ação criminosa.
Reclamações com essa são cada vez mais frequentes. Não se trata de criminalizar o serviço dos flanelinhas, mas já há indícios suficientes para que a prefeitura fiscalize e dê uma resposta a este problema social. Sim, um problema social, que foi agravado com a implantação do Zona Azul. O sistema tirou a renda de dezenas de guardadores de carro do centro da cidade, deixando-os sem ocupação.
A conduta violenta do flanelinha, no caso da agressão ao professor, deveria ser encaminhada à delegacia de polícia. Mas esse episódio pode também servir de alerta para que o órgão municipal de trânsito olhe para essa demanda e resolva o conflito social, garantindo a segurança dos motoristas, dos veículos e também dos flanelinhas, que tradicionalmente fazem parte do cenário urbano e, nas ruas, buscam ganhar algum trocado para o próprio sustento e de suas famílias.
Da Redação Sibelle Fonseca