Três infecções sexualmente transmissíveis estão preocupando a Organização Mundial de Saúde: clamídia, gonorreia e sífilis. A estimativa da OMS é que, a cada ano, 131 milhões de pessoas são infectadas com clamídia; 78 milhões com gonorreia; e 5,6 milhões com sífilis. As três infecções são provocadas por bactérias e geralmente tratadas com antibióticos. A sífilis que parecia ter ficado apenas nos livros de história de tão antiga que é, já pode ser considerada uma doença da modernidade. No século XV, causou uma das primeiras epidemias globais, com milhares de mortes por toda a Europa. Agora, em 2016, pleno século XXI, o Brasil já anuncia uma epidemia da doença. O Ministro da Saúde, Ricardo Barros, admitiu que a sífilis avançou de uma forma nunca vista e o Brasil vive uma epidemia. No ano passado, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab-Ba) registrou 3.539 casos de sífilis, sendo 1.121 somente em Salvador. Até o dia 6 do mês de setembro deste ano, já foram registrados 2.376 casos de pessoas infectadas.
Com a descoberta do vírus da Aids, na década de 1980, a sífilis saiu dos holofotes. As campanhas deram um reforço importante ao combate à doença, reforçando sobre a importância o uso do preservativo. Ainda se investiga as causas para o aumento recente dos casos, mas algumas mudanças de comportamento podem revelar porque a bactéria voltou a assustar. As pessoas deixaram de temer o vírus da Aids e relaxaram nas relações sexuais, cada vez mais sem proteção. Com o sucesso dos tratamentos antirretrovirais, a doença deixou de ser vista como fatal e as gerações mais jovens, principalmente, descuidam dos hábitos de prevenção. Os jovens de 13 a 15 anos estão se protegendo menos na hora do sexo. Segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012, 75% dos entrevistados usaram preservativo em sua última relação sexual. No ano passado, 2015, apenas 66% fizeram uso da camisinha.
Relações com muitos parceiros, sem proteção resultam no aumento das doenças sexualmente transmissíveis. Uma conclusão simples para a “volta da sífilis”, da clamídia, gonorreia e para o crescente número de casos de aids.
Neste primeiro de dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a Aids, reforçamos o alerta com uma reflexão: Quem vê cara não ver aids, nem sífilis , nem nenhuma outra doença transmitida sexualmente. E mais: é falsa a impressão de que estas doenças afeta apenas o outro. Somos todos vulneráveis. O uso da “camisinha” jamais deve ser dispensado. Em nenhuma hipótese. Sob nenhuma impressão. Proteja-se!
Confira número de casos de Aids e sífilis em Juazeiro (BA)
Casos de sífilis
2011: 34
2012: 57
2013: 55
2014: 78
2015: 72
2016: 62 casos até a semana de número 47
Casos AIDS Juazeiro (BA)
2007: 18
2008: 26
2009: 29 casos
2010: 53 casos
2011: 59
2012: 56
2013: 63
2014: 90
2015: 124
2016: 88
Total 606 (2007 A 2016)
O Núcleo de DSTs, HIV e AIDS de Juazeiro funciona das 8h às 17h, de segunda a quinta-feira, oferecendo vários serviços para a população, como distribuição gratuita de medicamentos, preservativos, além da realização de exames de sorologia para HIV, Sífilis e Hepatite. O Serviço de Assistência Especializada (SAE) acompanha os usuários com sorologias positivas e ainda oferta gratuitamente a testagem rápida para HIV, hepatite B, C e sífilis, com resultado em apenas 20 minutos. O CIDHA fica localizado na Rua 07, nº 279, bairro Maringá, onde funcionava o antigo posto de saúde.
Da Redação: Sibelle Fonseca
