“A homofobia e a transfobia não vitimam unicamente as pessoas LGBT”, diz Jean Wyllys sobre a morte do ambulante que foi espancado por defender travesti

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Brasil, São Paulo, SP. 30/10/2012. Deputado Federal Jean Wyllys, durante palestra sobre Diversidade Sexual, realizado no Centro de Altos Estudos de Segurança (CAES), da Policia Militar do Estado de São Paulo na região central da capital paulista. - Crédito:WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Código imagem:130096
Brasil, São Paulo, SP. 30/10/2012. Deputado Federal Jean Wyllys, durante palestra sobre Diversidade Sexual, realizado no Centro de Altos Estudos de Segurança (CAES), da Policia Militar do Estado de São Paulo na região central da capital paulista. – Crédito:WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Código imagem:130096

O jornalista, professor universitário e deputado Jean Wyllys, usou as redes sociais para fazer um desabafo sobre o assassinato de Luis Carlos Ruas, conhecido como Índio. O  vendedor ambulante foi espancado e morreu no hospital após tentar evitar a agressão a um travesti. O crime aconteceu neste domingo (25) na  estação do metrô fica no centro velho de São Paulo, junto ao popular bairro do Brás.

Segundo a polícia, os agressores já foram identificados como Alípio Rogério Belo dos Santos e Ricardo Nascimento Martins os dois são primos. Para a polícia, que já pediu a prisão preventiva, os dois são considerados foragidos.

Em sua conta do Facebook, Jean Wyllys  diz que “A homofobia não se restringe às pessoas LGBTs e suas famílias, mas também às pessoas que se levantam contra ela”. O deputado também afirma que esse é um problema seríssimo e os organismos internacionais de direitos humanos há anos cobram, do Estado brasileiro, uma resposta eficaz contra esse mal em todas as suas nuances.

Veja o texto na íntegra:

 

“Quando um vendedor é assassinado a socos e pontapés em uma estação de metrô de São Paulo por tentar proteger a vida de duas travestis em situação de rua, muita gente descobre da pior maneira que a homofobia e a transfobia não vitimam unicamente as pessoas LGBT. Nessa ressaca de Natal, depois de nos reunimos com nossos entes queridos aspirando por um mundo com mais diálogo, tolerância e amor, fomos puxados de volta para a realidade com a notícia do espancamento de Luis Carlos Ruas na estação Pedro II.

A homofobia não se restringe às pessoas LGBTs e suas famílias, mas também às pessoas que se levantam contra ela, seja como acusação (“Se está defendendo um homossexual ou uma travesti, é porque é ‘viado’ ou gosta de “traveco”), seja como agressão física ou até como crime de ódio. Não é a primeira vez: lembremos o caso dos dois irmãos atacados porque andavam juntos, abraçados, e os agressores pensaram que eram gays (o ataque foi tão violento que um deles morreu), ou também aquele pai que perdeu a orelha num ataque homofóbico porque acharam que seu filho era o namorado.

O recrudescimento da violência contra as pessoas LGBT está se reproduzindo num contexto de excessiva polarização política, reacionarismo no poder legislativo (não só no Congresso Nacional, mas nas assembleias legislativas e câmaras de vereadores), demonização da agenda política progressista e humanista, ataques às liberdades civis e crescimento do fundamentalismo religioso e do fascismo no Brasil.

É um problema seríssimo e os organismos internacionais de direitos humanos há anos cobram, do Estado brasileiro, uma resposta eficaz contra esse mal em todas as suas nuances. Neste caso recente de São Paulo, a polícia já identificou os agressores; agora cabe ao governo Alckmin não permitir que eles fiquem impunes, bem como reforçar as campanhas de conscientização e aprimorar as políticas de segurança – dentro e fora das estações de metrô – que levem em conta as vulnerabilidades das pessoas LGBTs, sobretudo aquelas que estão em situação de rua.

Peço às pessoas heterossexuais de bom-senso e não contaminadas pela estupidez motivada que, apesar desses casos de violência, não deixem de se levantar contra essas injustiças. Precisamos estar todos unidos para assegurar o direito de todos os cidadãos brasileiras de ir e vir”.

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