A petroquímica brasileira Braskem pagou propina de US$ 4,3 milhões, o equivalente a R$ 14 milhões, para “um congressista brasileiro” e um funcionário da Petrobras que ocupava cargo de chefia. A informação consta em um documento elaborado pela SEC, um órgão do governo americano que regula o mercado de ações nos EUA.
De acordo com publicação do jornal Folha de S. Paulo, o objetivo do pagamento era garantir uma parceria comercial da empresa, braço petroquímico do grupo Odebrecht, com a Petrobras para a construção de uma unidade de produção de polipropileno em Paulínia, no interior de São Paulo.
A SEC aponta que o pagamento ocorreu depois de 2006, quando executivos da Braskem manifestaram receio de que a Petrobras pudesse não dar seguimento ao acordo. Os desembolsos, segundo a SEC, acabaram “descaracterizados” pela Braskem em seus registros contábeis como “pagamentos de comissões” e “consolidados nas declarações financeiras como custos ou despesas de negócios legítimos”.
A unidade de Paulínia foi inaugurada em 2008 ao custo de R$ 700 milhões. A Braskem anunciou que “originalmente” teria 60% de participação no novo empreendimento, a Petroquímica Paulínia, enquanto a Petrobras ficaria com 40%. No entanto, segundo a empresa, um acordo assinado em novembro de 2007 “consolidou a parceria estratégica entre as companhias”, permitindo que a Braskem passasse a ter 100% do controle do capital da unidade de Paulínia, enquanto a Petrobras viesse a deter 25% do capital da Braskem.
BN