COREN-BA se manifesta sobre caso da enfermeira que acusa promotor de justiça de agressão

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O Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (COREN-BA), através da enfermeira fiscal Subseção Juazeiro, Patricia Santana, informou ao Portal Preto no Branco que já acionou o seu departamento jurídico para apurar o caso do promotor de justiça acusado de agredir uma enfermeira no Hospital Pró Matre, em Juazeiro(BA).

Segundo Patrícia Santana, o Coren-BA dará encaminhamento às medidas que o fato requer. “Nós já conversamos com a enfermeira e com outros profissionais do hospital para apurar o caso. Agora o Jurídico do conselho será acionado para mover uma ação de desagravo público. Isso que aconteceu
foi muito grave. Infelizmente por ficar na linha de frente das instituições de saúde, a enfermagem passa por essas situações vexatórias. No entanto, aqui na região, não tínhamos verificado uma situação que chegasse a esse nível de violência física e psicológica, pela qual a profissional afirma ter passado, sem contar no dano moral”, declarou Patrícia.

O caso aconteceu na tarde da última quinta-feira (5). Segundo o depoimento da enfermeira da Pró Matre, Cristine Coelho, o Promotor de Justiça da cidade de Remanso, Rafael Rocha, foi até o hospital e solicitou o prontuário médico de um paciente que estava internado. Diante da negativa do hospital de disponibilizar o documento, o promotor teria agredido a enfermeira e sacado uma arma. Cristine Coelho afirma que atendeu a norma de somente entregar os prontuários a família dos pacientes ou
mediante ordem judicial. “Ele primeiro queria saber algumas coisas sobre a transferência de pacientes. Eu informei e então ele tirou um relatório, pedindo informações sobre um determinado paciente. Eu fui buscar as informações. Quando voltei, falei que o paciente não tinha solicitação de transferência. Ele exigiu o prontuário e disse que eu seria presa se não entregasse”, relatou a enfermeira.

Ainda de acordo com os depoimentos de Cristine, o promotor estava bastante exaltado, chegando a machucar o seu braço. Ela prestou queixa na delegacia de polícia, onde fez exame de corpo de delito “Eu fiquei na minha porque sabia que estava fazendo o certo, mas ele me pegou pelo braço, ficou agitando,
apontando a arma para mim”, ressalta Cristine, que já trabalha na unidade há seis anos.

Em nota, o Ministério Público da Bahia declarou que familiares de um paciente internado na UTI do hospital Pro-Matre de Juazeiro compareceram à Promotoria de Justiça Regional de Juazeiro e informaram
que o médico plantonista do hospital havia recomendado a transferência do paciente, com urgência, para outra unidade de saúde, sob pena de óbito.

O promotor de Justiça dirigiu-se ao hospital, juntamente com servidores do Ministério Público e familiares do paciente, na intenção de pegar o documento para que o paciente conseguisse a transferência. Segundo a nota, a autoridade agiu com urbanidade e total respeito aos profissionais da unidade de saúde. “Mesmo com o desacato, Rafael Rocha registrou que ela deveria atender ao pedido, sob pena de cometer crime de desobediência.

Como a enfermeira não acatou a solicitação, o promotor solicitou a presença da Polícia Militar, informando a profissional de enfermagem que ela seria presa, especialmente por se tratar de situação urgente envolvendo pessoa internada em UTI”, esclareceu a nota.

Em um relato feito numa rede social, o Promotor Rafael Rocha falou sobre o caso e se justificou para os seus colegas de profissão. “Nunca xinguei ou agredi ninguém, nem tampouco apontei arma para quem quer que seja. Fiz o meu trabalho ao ver uma das milhares de famílias sofrendo e sendo humilhadas nos hospitais deste país. Os servidores irão testemunhar e confirmar a integralidade do meu relato. E depois dos esclarecimentos, adotarei medidas judiciais contra os responsáveis por calúnia e
difamação”, declarou o Promotor.

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