Juazeiro: Espaço público para uso privado. “Por que uns podem e outros não”? questionam moradores

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Um dos principais obstáculos para a convivência em harmonia no espaço público, é a divergência do que ele representa para cada pessoa. Muitos ainda confundem o público e o privado, e acabam ocupando(ou seria invadindo?) o espaço de uso comum.

Espaço público é aquele de posse coletiva (pertence ao poder público). Existem os que são totalmente livres e os que, mesmo públicos, possuem uma certa restrição ao acesso, como os espaços de circulação(ruas, praças); espaços de lazer e recreação (parques, pistas de skate, ciclovias);espaços de contemplação (jardins,monumentos) e os espaços de preservação e conservação (uma reserva ecológica, um prédio tombado).

Nos espaços públicos livres, o direito de ir e vir é total e garantido a todos, sem qualquer tipo de diferenciação, exceto quando uma autoridade pública ou seu representante restringe esse acesso visando a segurança e a convivência de todos em harmonia.

Em Juazeiro, embora o Código de Postura, agora chamado de Código de Polícia, seja claro no que diz respeito ao uso dos espaços comuns é bastante frequente verificar que particulares utilizam áreas públicas, sem que sejam alcançados pela legislação.

Um caso emblemático está na Rua Coronel João Evangelista, popularmente chamada de Rua da 28, centro da cidade. Mesmo sendo uma via bastante movimentada e área do estacionamento rotativo, o Zona Azul, a rua é usada por um comerciante que coloca mesas para seus clientes durante o dia e parte da noite. A calçada também é ocupada com mesas. Uma situação que se arrasta há anos, sem que o município adote providências.

Na manhã de hoje(27) estivemos no local e ouvimos algumas pessoas que estranham o que chamam de “privilégio”. Disse um pedestre que pediu para não ser identificado ” Isso aqui sempre me intrigou. Por que uns podem e outros não? Será que se eu resolvesse botar um bar aqui e usasse a calçada e a rua para por mesas, a prefeitura iria permitir? Eu acho que não”, reclamou o cidadão.

” Esta semana um vendedor de cocada foi retirado da Praça da Misericórdia pelos fiscais da prefeitura, porque estava usando uma calçada para comercializar sua mercadoria. Até a cocada dele foi levada. Por que existiu lei para ele e para quem usa esta calçada aqui e até a rua, não existe? Dois pesos e duas medidas”?, questionou outro transeunte que também preferiu o anonimato.

” Aqui toma o lugar de dois carros, não? uma rua desta tão movimentada e com dificuldade para estacionamento ser ocupada por um particular? Por isso que se diz que em Juazeiro tudo pode. Eu nunca compreendi porque os prefeitos que já passaram por esta cidade fazem vistas grossas para esta situação aqui”, estranhou mais um cidadão anônimo e atento a dinâmica da cidade.

Estes são questionamentos que somente a prefeitura de Juazeiro pode responder.

Da Redação

6 COMENTÁRIOS

  1. A praça que fica na avenida Adolfo Viana, ao lado da canteiro de obras virou pólo de ambulantes. As crianças não tem direito de brincar na praça. Até a energia elétrica da prefeitura eles usam sem nem ao menos pagar imposto numa das principais avenidas da cidade.

  2. É muito triste e lamentável, ver essa cidade tão rica em arte e ver tantos descasos, tantas injustiças, tanto abandonos. Hoje mesmo está fazendo aniversario, de um espaço, onde lutei muito, doei meu tempo, minha criatividade, meu carinho pra criar um espaço publico pra a classe artística. E hoje vejo esse mesmo espaço sendo usado de forma injusta, cobrando caro dos artistas, usando de forma particular. E vendo uma loja da Economia solidaria CESOL um trabalho lindo e muito importante pagando aluguel caro. Entre muitos outros casos.
    Quero aproveitar esse momento e avisar que estou deixando Juazeiro por uma tempo inderteminado a caminho do Intercambio Cultural Mãedamata em Curitiba, Uruguay e Argentina, Estarei aqui até o dia 20 de março de 2017. Um abraço a todos, Sibelle sou sua Fã , parabens pra vc e toda sua equipe do Pretonobranco.

  3. Acho complicado situações como esta. O poder público, neste caso, a prefeitura, tem que regulamentar, sim, a utilização desse é de outros espaços mal aproveitados para o bem comum, porém, não percamos o foco quanto ao fato que naquele e em outros locais existem pais de família trabalhando a procura do sustento de seu lar, e como bem lembrando pelo amigo no outro comentário que citou a apreensão do carrinho de cocada do outro ambulante alguns dias atrás, acho imprudente tirar as ferramentas de trabalho de um cidadão que está à procura de um meio “lícito” alternativo para pagar suas contas em uma época onde tantos não tem emprego formal e diante destas imposições do estado, acabam por se revoltar indo para o mundo da criminalidade (não que isso seja desculpa para ninguém!)… Não conheço o “proprietário” (se é que é mesmo o dono daquele espaço que parece ser uma extensão da área do museu municipal que está abandonado há tempos!) do estabelecimento na rua da 28, e não me recordo de ter utilizado seus serviços, porém, nunca ouvi notícia alguma de que aquele espaço trouxe algum desconforto para nenhum transeunte ou que seus frequentadores tenham provocado algum tipo de baderna que perturbasse a ordem pública, pelo contrário, o que observo são alguns senhores que ali se acomodam se distraindo com alguns jogos de tabuleiro sem incomodar ninguém (essa é a minha percepção!)… Porém, quando vejo nossa cidade tão bagunçada, acredito que é necessário uma maior fiscalização quanto a utilização deste e de outros espaços!

  4. E o que dizer da atual situação da Avenida Flaviano Guimarães ?
    Do inicio da praça, depois da Henrique Rocha, até as proximidades do antigo Supermercado Almeida.
    Espetinho, pizza, cachorro quente, frango assado… de dia e de noite. A Vigilância sanitária pelo menos vistoria/fiscaliza isso ??
    Ahhh Juazeiro.. vc num tem jeito mais não.

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