A justiça decretou a ilegalidade do movimento e proibiu a realização de qualquer tipo de paralisação dos serviços de segurança pública pelos policiais, sob pena de multa diária de R$ 100 mil para as associações de classe dos militares. O desembargador do TJES Robson Luiz Albanez determinou ainda que os piquetes montados nas sedes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros sejam desfeitos.
Foram notificadas a Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo (ACS), Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia e Bombeiro Militar do Espírito Santo (Asses), Associação dos Bombeiros Militares do Espírito Santo (Abmes), Associação dos Oficiais Militares do Espírito Santo (Assomes) e Associação dos Militares da Reserva, Reformados, da Ativa da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros Militar e Pensionistas de Militares do Estado do Espírito Santo (Aspomires).
Na decisão, Albanez argumenta, baseado na Constituição, que é vedado qualquer tipo de paralisação por parte de militares, uma vez que seus serviços são indispensáveis para a sociedade e que a ausência de policiamento coloca em risco a segurança coletiva.
A ACS informou que já entrou com recurso para derrubar a liminar e que as associações não lideram as manifestações. Segundo o diretor Social e de Relações Públicas da ACS, Thiago Bicalho, o movimento de mulheres foi espontâneo e as associação estão colaborando apenas na interlocução com o governo do estado. “Temos um impasse. Se temos algum responsável por essa situação caótica é a insensibilidade do governo em não negociar”, disse, explicando que o governo informou que só vai negociar quando os familiares liberarem os batalhões.
O secretário de Segurança Pública, André Garcia, disse que o Estado está trabalhando para garantir a segurança da população e para por fim ao “movimento irresponsável que infelizmente tem sido explorados por alguns para disseminar o caos e a insegurança na população capixaba”. Segundo ele, aqueles que estão à frente das manifestações serão responsabilizados.
Homicídios
Ao menos 62 homicídios foram registrados desde sábado (4) em todo o Estado do Espírito Santo, quando um movimento de mulheres de policiais passou a impedir que eles saíssem às ruas. A informação é do Sindipol (Sindicato dos Policiais Civis do Estado) do Espírito Santo. Segundo a associação, apenas nesta segunda-feira (6), 37 pessoas morreram até as 17h30. A cada hora desta segunda, pelo menos duas pessoas foram assassinadas no Estado. Do total de homicídios, 47 aconteceram na Grande Vitória; 15 foram no interior capixaba.
A onda de violência provocou superlotação do DML (Departamento de Medicina Legal), que não tem lugar apropriado para armazenar todos os corpos de vítimas de homicídios.