Vídeos denunciam violência policial no carnaval de Juazeiro e PM garante combater excessos que possam ter ocorrido

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Ao final de três dias do carnaval antecipado de Juazeiro(BA), que aconteceu no último final de semana, foliões, organizadores e demais órgãos envolvidos na festa momesca, fazem uma avaliação positiva do evento que reuniu milhares de pessoas.

Uma multidão animada foi as ruas lotando os dois circuitos da festa. Foi um carnaval tranquilo e, segundo avaliação do Comando de Policiamento da Região Norte (CPRN),  houve a diminuição de 49% dos crimes e delitos no local da festa e nas ruas do entorno.

A presença forte das polícias civil e militar pode ser observada em todo circuito da festa. Um efetivo composto por aproximadamente 1800 policiais militares, divididos nos 38 postos, dentre eles postos de observação, de comando, de reunião de tropa e de abordagem, deram cobertura a toda extensão do evento,  O CPRN, fez um balanço das ocorrências registradas. Foram 15 casos de “Vias de Fato”, ou seja luta corporal, violência física; 10 Furtos; 8 casos de Lesão Corporal; 3 relacionados à  Lei Maria da Penha; 4 de Desacato: 4 Apreensões de drogas e 5 armas brancas foram apreendidas. Um total de 24 ocorrências registradas.

O trabalho ostensivo da policia militar fez a prevenção da criminalidade e passou para os foliões a sensação de segurança, o que garantiu a presença de famílias, com idosos e crianças no circuito do carnaval.

No entanto, a ação de algumas patrulhas no circuito foi alvo de críticas e denúncias das pessoas que presenciaram o que podemos chamar de “excessos” nas abordagens policiais. Pelas redes sociais circularam vídeos destas ações que também foram encaminhados a este veículo de comunicação.

Uma das denúncias de violência policial partiu da professora e ex presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir) de Juazeiro, Neide Tomaz. No sábado(11) a professora, seu marido e os dois filhos procuraram o Comando de Policiamento da Regional Norte, para registrar uma ocorrência praticada por um grupamento formado por seis policiais militares que aconteceu na primeira noite do carnaval antecipado de Juazeiro.

O fato aconteceu na rua Coronel João Evangelista. Segundo contou Neide Tomaz ao Portal Preto No Branco, por volta das 23 horas, quando ela, o marido e os dois filhos assistiam a passagem dos trios elétricos, presenciaram uma abordagem violenta de uma guarnição da PM contra um jovem já rendido pelos policiais. Neide, numa atitude cidadã, tentou intervir e alertar os policiais que aquele ato de violência era desnecessário e que bastava prendê-lo e encaminhá-lo ao posto da policia civil, que fica na avenida, já que o jovem estava sendo visto pela policia como ameaça à ordem pública. No momento que tentava falar com a guarnição ela passou a ser o alvo das agressões e foi atingida com um tapa no rosto por um dos policiais. Iniciou-se aí uma série de agressões contra a professora e seus familiares. 

O Compir lançou uma carta aberta em apoio a professora e repudiando a violência policial no carnaval, que, segundo pesquisas, atinge principalmente jovens negros. Diz a nota  “Acompanhamos com total indignação o caso em que a professora Neide Tomaz e sua família, curtindo o carnaval de Juazeiro, assistiram a cenas terríveis de espancamento de um jovem homem negro rendido por profissionais da Polícia Militar. Não contendo a sua aversão diante de tamanha desproporção e abuso, Neide Tomaz solicitou que as providências coerentes ao caso fossem adotadas.
A cólera da polícia se voltou, então, para ela, seu companheiro e dois filhos, que foram covardemente brutalizados.

A nossa indignação cresce ao saber que esse não é um caso isolado e que a cada hora pessoas negras são maltratadas apenas por serem negras. Em nosso país, o número de jovens mortos equivale a queda de 1 avião a cada 2 dias, 77% desse mortos são negros, no seio de nossa pátria amada acontece um genocídio silencioso dos jovens negros (Anistia Internacional, 2012)”.

Nossa produção procurou o Comando do CPRN para saber quais as providências que serão adotadas em relação às denúncias de violência policial. E, em uma nota sucinta, o comando afirmou que “qualquer excesso que porventura tenha ocorrido, será combatido”.

A violência policial é um grave problema, já que se trata de uma violência ilegítima praticada por agentes do Estado, que detêm o monopólio do uso da força e ameaça as estruturas democráticas necessárias ao Estado de Direito.

A polícia representa o aparelho repressivo do Estado que tem sua atuação pautada no uso da violência legítima, ancorada no modelo de “ordem sob a lei”, ou seja, a polícia tem a função de manter a ordem, prevenindo e reprimindo crimes”. É essa a característica principal que distingue o policial do marginal. A policia age sob uma legislação e dentro dos padrões de respeito aos direitos fundamentais do cidadão – como direito à vida e à integridade física. Fora disso é adotar uma postura arbitrária, truculenta e ilegal.

Os maus policiais devem ser denunciados e sua práxis combatida com rigor, porque além de atentar contra a sociedade, compromete a imagem de uma corporação séria e fundamental para a ordem pública.

Da Redação Por Sibelle Fonseca

9 COMENTÁRIOS

    • Vai querer defende os PMs agora?
      Eles são extremamente mal educados, ele fazem isso por que não tem nenhum familiar dele ali até pq eles tem camarote pra ficar, e quem não tem faz o que!? Se arisca na rua,curti com medo, até pra eles passar eles passam batendo. E agora querem dar uma de vitima? Chega de vitimismo!
      Ficar aqui uma comentário de revolta de uma folião que foi agredido sem ver pq.

    • Tem gente que ainda defende esses selvagens q trabalha no carnaval, eles agrediam todos basta está dançando ou estiver na frente deles, batiam sem piedade e sem dó. Admiro muito o trabalho dá polícia, mais no carnaval eles não respeitam ninguém, curtir os 3 dias de carnaval com medo era dá polícia isso é fato.

  1. Vi mais de uma cena em que a polícia foi extremamente truculenta. Dois colegas de faculdade foram agredidos gratuitamente, eles não são bandidos, não estavam fazendo nada errado, não estavam atrapalhando a atividade polícial. Apenas um policial covarde, despreparado, resolveu tacar o cacetete neles! A polícia não conseguirá o devido respeito enquanto indivíduos como este estiver na corporação. Gentileza é o que se espera daqueles que lidam com o público, isso não é nada demais! Muitos policiais pediam licença ao passar, mas esses que agiram mal marcaram negativamente a imagem da corporação e deveriam ser devidamente punidos. Pena que as vítimas não conseguiam sequer identificá-los, já que na maioria das vezes agrediam e sumiam na multidão.

  2. Concordo plenamente com João Cardoso , cadê o resto do video ?
    Só mostra a parte q a polícia estar agindo …
    Vcs acham q a polícia vai separa uma briga no meio da multidão com o beijinho na testa ?
    Acham q vai conter a ” galerinha de mala ” q não deixa o folião se divertir com abraços ?

    Como vcs educam seus filhos ? Apenas com beijos ?
    Acredito que não , acho que com tapas . “Não vai pelo amor , vai pela dor ”
    Então se vc sabe q com beijos não vai resolver vc bate .
    Se PM bate é pq não tem outro jeito de resolver a situação … Pq na hr q tá apanhando é um coitado , mais não viu oq estava aprontando.
    Falar é fácil, julgar tb, quero ver estar no lugar deles oq vcs iriam fazer pra separar uma briga , se ia ser beijando ou abraçando …

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