Durante o carnaval antecipado de Juazeiro(BA)/ 2017, que aconteceu de 10 a 12 de fevereiro, foi registrada uma diminuição de 49% dos crimes e delitos no local da festa e entorno do evento, segundo avaliação do Comando de Policiamento da Região Norte (CPRN), o que revela que a festa foi tranquila, sem nenhum acontecimento de maior gravidade.
A presença de um efetivo composto por aproximadamente 1800 policiais militares, divididos nos 38 postos, dentre eles postos de observação, de comando, de reunião de tropa e de abordagem, deram cobertura a toda extensão do evento e no geral foram 24 ocorrências registradas.
Apesar de um balanço tão positivo, a ação de algumas patrulhas no circuito foi alvo de críticas e denúncias das pessoas que presenciaram o que podemos chamar de “excessos” nas abordagens policiais.
Depois de realizar o exame de corpo de delito, ela encaminhou o caso para Corregedoria da PM.
A União das Associações do Vale do Salitre também apresentou uma denúncia de violência cometida por policiais militares da Rondesp, contra moradores das comunidades de Alfavaca e Angico. Segundo a denúncia, na madrugada da sexta-feira de carnaval(10) durante uma diligência policial houve uma série de ações repressivas, que atentam contra os direitos humanos, como: racismo, injúria racial, invasão de residência sem mandado e em horário inapropriado, tortura de jovens, ameaças de morte a mulheres e crianças, agressão a grávidas e idosos da localidade.
Logo após o carnaval, nossa produção procurou o Comando do CPRN para saber quais as providências que seriam adotadas em relação às denúncias de violência policial e, em nota, o Comandante Alfredo Nascimento afirmou que ” a tropa de Juazeiro, e da Região Norte como um todo, é muito bem avaliada tanto nos índices de produtividade, quanto pela aprovação popular. Algumas situações excepcionais, em razão da natureza complexa do serviço prestado, que faz a intervenção em conflitos violentos entre partes, são pontuais e não representam o conjunto da corporação. No entanto, conforme prescreve a legislação do Estado Democrático de Direito, em prol do qual labutamos diariamente, todos os FATOS que nos chegam são apurados no rigor da lei, garantindo tanto ao cidadão interpelante quanto ao cidadão policial ora interpelado, todos os direitos que lhes cabem e, perseguindo com veemência, SEMPRE NA FORMA DA LEI, o alcance de responsabilidades e suas sanções equivalentes. Somos uma Instituição essencialmente democrática, cujo serviço prescinde na maioria das vezes, apenas de um aceno de mão … Somos e nos sentimos felizes em ser patrimônio do nosso povo”.
Outros vídeos de flagrantes de excessos policiais ocorridos no circuito do carnaval também circularam nas redes sociais e foram publicizados por este veículo de comunicação.
O Portal Preto No Branco voltou a conversar sobre o andamento das denúncias com o Comandante Geral da PM baiana Coronel Anselmo Brandão e também com o Coronel Alfredo Nascimento, do CPRN e obteve a informação de que ambos os casos já estão sendo investigados pela PM.
“Tão logo soubemos dos fatos, orientamos os denunciantes que formalizassem as denúncias na Corregedoria da PM. No sábado de carnaval a professora Neide Tomaz foi ouvida pelo corregedor e o processo de apuração foi iniciado. Já no Salitre a presença da PM se deu a partir de denúncias da própria comunidade que estava apreensiva com a circulação de pessoas ilegalmente armadas. Durante a operação foram apreendidas 03 armas de fogo de grande potencial ofensivo e um homem que possuía as armas foi encaminhado à delegacia. Este comando ressalta que não coaduna com excessos na atividade policial militar e todas as denúncias da comunidade já estão sendo apuradas para as providências cabíveis”, esclareceu o Coronel Alfredo, do CPRN.
O Comandante Geral da PM baiana, Coronel Anselmo Brandão reforçou que todas as denúncias serão apuradas em sindicâncias já iniciadas pela corporação
” Nós, do comando da PM, não consideramos que atos de violência policial e qualquer excesso sejam normais. Não concordamos com nenhuma ação arbitrária, portanto já orientei o Comandante Coronel Alfredo Nascimento a identificar os acusados de terem cometido estes excessos e vamos adotar o procedimento correto que é a apuração dos fatos através da abertura de um processo administrativo, para dar uma resposta a sociedade. Caso os fatos se confirmem, os culpados serão punidos conforme o Código da Policia Militar”, concluiu o Comandante Geral.
Da Redação Por Sibelle Fonseca
Registro o meu respeito ao Portal #PretoNoBranco que mostrou que jornalismo se faz ouvindo os dois ou três lados de uma notícia, uma denúncia ou acontecimento. Ao contrário do que temos visto na mídia radiofônica, especialmente por parte dos repórteres policiais, a jornalista Sibelle foi a campo, apurou e publicou a verdade. Assim é que se faz jornalismo, não agindo de forma tendenciosa, ocultando verdades e incriminando quem deveria está tendo voz nos veículos de comunicação, que, diga-se de passagem, são uma concessão pública. Fica aqui meu repúdio aos que desrespeitaram as organizações sociais do Salitre que vieram a público denunciar os excessos da PM (Rondesp) e fica nossos aplausos ao Portal pela postura já citada acima.
Seu reconhecimento nos encoraja e fortalece, Erica! Gratos.