Programação acontece de 07 a 12 de abril no esquema “pague quanto quiser”
O Vale do São Francisco tem sido uma terra fértil para a dança, muito por conta dos grupos e coletivos que mantém seus trabalhos mesmo sem políticas municipais para as artes. Há 10 anos, surgiu a Qualquer Um dos 2 Cia. de Dança e é para comemorar esse marco histórico que acontece a Mostra Qualquer Um dos 2 Companhia de Dança – 10 anos de (R) Existência, de 07 a 12 de abril, no Sesc Petrolina. Toda a programação acontece com a estratégia “pague quanto quiser”, onde o público decide o valor do ingresso.
Além de apresentar seu repertório de espetáculos, a companhia discute sobre a manutenção de grupos de dança. André Vitor Brandão, produtor e bailarino, diz que “manter um trabalho de grupo no estado atual do mercado de arte no Brasil é algo desafiador” e, por isso, há importância em comemorar 10 anos de um grupo. “Festejar é sempre um ato político do corpo, é quase que algo transgressor para o momento em que estamos atravessando, momento este, de medo, desconfiança, especulação e incerteza”, afirma Brandão.
A mostra começa com uma noite poética nesta sexta (07), quando o projeto Poesia no Jardim de Ana vai ter como tema “O corpo da palavra”. A companhia apresenta seus espetáculos durante os dias da mostra, ‘Onde Ele Anda É Outro Céu’ no sábado (08), ‘Cavalo’ que está em processo criativo no domingo (09), ‘Caio’ na terça (11) e ‘Humano’ na quarta (12), sempre às 20h, no Teatro Dona Amélia.
Completando a programação, o Jardim da Galeria de Arte Ana das Carrancas recebe na segunda (10), às 20h, o lançamento do documentário ‘Este Não É Um Documentário Qualquer: 10 anos de (r)existência da Qualquer Um dos 2 Cia. de Dança’, junto com uma conversa sobre ‘A dança como um lugar de resistência’ com a companhia e os convidados Cia. Balançarte e Coletivo Trippé.
A mostra é uma realização independente da Qualquer Um dos 2 Cia. de Dança, contando com apoio cultural do Sesc Petrolina, da Virabólica Comunicação e da Abajur Soluções. A programação completa pode ser acessada no site da companhia (www.qqu2.livreh.com) e nas suas redes sociais (fb.com/qualquerumdos2). Para mais informações, os telefones são 3866 7454 / 7480.
Serviço:
Mostra Qualquer Um dos 2 Companhia de Dança – 10 anos de (R) Existência
Sesc Petrolina | Rua Pacífico da Luz, 618 – Centro
Informações: www.qqu2.livreh.com | 3866-7454 / 7480
Valores: Pague o quanto quiser
Programação:
O corpo da palavra (Poesia no Jardim de Ana)
07/04, às 19h
Jardim da Galeria de Artes Ana das Carrancas
Classificação: Livre
Espetáculo: Onde Ele Anda É Outro Céu
08/04, às 20h
Teatro Dona Amélia
Classificação: Livre
Espetáculo: Cavalo (in process)
09/04, às 20h
Teatro Dona Amélia
Classificação: Livre
Exibição: Este Não É Um Documentário Qualquer: 10 anos de (r)existência da Qualquer Um dos 2 Cia. de Dança
10/04, às 20h
Jardim da Galeria de Arte Ana das Carrancas
Classificação: Livre
Conversa: A dança como um lugar de resistência com a Qualquer Um dos 2 Cia. de Dança, a Cia. Balançarte e o Coletivo Trippé
10/04, às 20h
Jardim da Galeria de Arte Ana das Carrancas
Classificação: Livre
Espetáculo: Caio
11/04, às 20h
no Teatro Dona Amélia
Classificação: 18 anos
Espetáculo: Humano
12/04, às 20h
no Teatro Dona Amélia
Classificação: 18 anos
Sobre a companhia:
A Qualquer um dos 2 Companhia de dança com 10 (dez) anos de atuação possui no currículo os espetáculos: Vire ao contrário (2007), De Dentro (2009), Deixar Ir (2010), Aluga-se um coração (2011), Para Sempre Teu (2013) e Caio (2015). Atualmente é responsável pela projeção da região do Vale do São Francisco no cenário nacional da dança. Desde a sua criação a cia. vem pesquisando o estado em que se encontram as relações afetivas em nossa contemporaneidade e como estas podem servir de matéria para a criação em dança. Desde inicio da sua formação a pesquisa desenvolvida pela companhia está relacionada com a condição humana na contemporaneidade, suas inquietações, dúvidas e questões. no espetáculo “Vire ao Contrário”, que foi o primeiro trabalho do grupo, a inspiração partiu das sensações de incerteza e dúvidas vividas pelo homem diante de suas escolhas; em “De Dentro” investigou as sensações humanas do ponto de vista metafisico e de que maneira essas sensações produzidas de dentro de cada influencia nas suas ações fora; “Deixar Ir” explorou a dificuldade do homem de desprender-se, de deixar algo ou alguém; “Aluga-se Um Coração”, lançou seu olhar seu olhar para a sociedade moderna que o sociólogo Zigmunt Baumam chama de “Liquido” propondo pensar e refletir sobre as relações afetivas que se formam de maneira fluida e temporária; “Para Sempre Teu” O sujeito caminha, de constatar-se partido/fragmentado, descrente de complementar-se no outro (traz a carga dos afetos desfeitos; das juras para sempre esfaceladas), e segue em direção ao mergulho em si mesmo, para entender que ser completo de si é aceitar as próprias contradições/traições que o remetem ao mais coerente de si.
Virabólica
