Uma aluna de 17 anos está acusando de assédio, um professor do Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco (CETEP-SF), Juazeiro-BA. A jovem desabafou sobre o caso em uma rede social.
No relato ela diz que um professor do curso de Enfermagem a chamou para um dos laboratórios da instituição e pediu que a garota tirasse a calça para que ele examinasse o joelho dela. O caso teria acontecido na última terça-feira (13).
A jovem afirma ainda que conseguiu escapar do educador e que ao tentar prestar queixa do professora na direção da instituição, foi orientada a não falar sobre o caso.
O Portal Preto No Branco entrou em contato com a mãe da aluna que, bastante abalada, desabafou ” Eu tenho o máximo de cuidado com meus filhos, acompanho a rotina deleS e jamais imaginei que isso pudesse acontecer dentro da escola, um local em que a gente supõe que nossos filhos estejam protegidos e seguros”, afirmou.
Ela contou que tempos atrás, a filha teve um problema no joelho e que este mesmo professor, que também é enfermeiro, chegou a ir na casa da adolescente examinar o joelho dela e até fez uma imobilização. A mãe estava presente e ficou grata ao professor pela atenção. Mas a menina se recuperou, não havendo necessidade de mais nenhuma intervenção do professor. “Não tinha porque ele chamá-la no laboratório para ver o joelho dela, sendo que ela não pediu e nem se queixou de nada. Também não entendo porque pedir para ela tirar a calça. Escola não é hospital e a atitude deste professor foi muito suspeita e constrangedora para minha filha, que ficou abalada com a situação. Ainda bem que ela foi esperta e, desconfiando do comportamento do professor, se livrou dele e foi a direção da escola informar o caso”, informou a mãe.
A família da menina já levou o caso ao Conselho Tutelar e pediu providências a direção da escola, que segundo o relato da adolescente, teria aconselhado a resolver o “caso por lá mesmo.” ” A diretora questionou o fato de minha filha ter ido até o laboratório, como se ela fosse a culpada pelo ocorrido. Ora, se um professor, que é autoridade na escola, chama um aluno, a obrigação do aluno é atender. Ou não? Será que nossos filhos devem temer até os professores? questionou a mãe.
A adolescente, por sua vez, disse que assim que saiu o laboratório, voltou pra sala de aula e narrou o fato para a professora presente, que a conduziu até a direção ” Ao chegar lá, ainda assustada com tudo aquilo, o professor já se encontrava lá e fui conduzida para outra entrada que dá acesso à direção. Quando entrei, fui abordada pelo vice diretor que tentava me acalmar com água, pois naquele momento eu estava em choque e aguardando a diretora da unidade que estava em reunião e não me deu suporte algum. Durante o período que estava na direção, fui induzida pelo vice diretor para “abafar” e não comentar sobre o ocorrido. Eles me falaram que o melhor seria resolver o caso por lá mesmo. A diretora tentou fazer com que eu me sentisse culpada por ter ido ao laboratório com ele”, afirmou a vítima.
A mãe da criança considera a situação muito grave e diz “Este tipo de conduta dentro de uma escola deve ser denunciada sim e apurada com rigor. “Abafar o caso”, só estimula este tipo de comportamento e pode fazer novas vítimas. Um professor é autoridade e os alunos tendem a acatar suas determinações e até a temê-lo. Portanto, nunca deve-se desprezar os relatos e queixas dos alunos. O assédio está por toda parte e precisamos denunciá-lo. Omissão e covardia só estimulam estes comportamentos. Espero providências do Conselho e da escola”, concluiu.
O Portal Preto no Branco entrou em contato com a direção do CETEP/Juazeiro para pedir esclarecimentos sobre as acusações. Até o momento não obtivemos respostas.
Veja o desabafo na íntegra:
“Só agora tive cabeça para falar sobre isso. Na última terça-feira, dia 13, eu estava no colégio CETEP-Juazeiro-BA, quando durante o intervalo fui chamada por um professor que dá aula de Enfermagem na instituição. O mesmo foi atrás de mim e me chamou até o laboratório de enfermagem. Inicialmente fiquei na porta ao perceber que não havia ninguém no laboratório, o mesmo insistiu para que entrasse, assim fiz. Ao entrar, ele pediu para olhar meu joelho e insistiu para que eu deitasse na maca e tirasse minha calça. Nesse momento me recusei e reafirmei que não havia nada de errado com meu joelho. Nesse instante eu estava nervosa e o professor estava rindo. Consegui sair da sala antes que acontecesse o pior e me dirigi a minha sala de aula, onde encontrei umas amigas que ao constatar meu desespero perguntaram o que tinha acontecido. Narrei o fato e as mesmas, juntamente com a professora presente, me levaram a direção. Ao chegar lá, ainda assustada com tudo aquilo, o professor já se encontrava lá e fui conduzida para outra entrada que dá acesso à direção. Quando entrei, fui abordada pelo vice diretor que tentava me acalmar com água, pois naquele momento estava em choque e aguardando a diretora da unidade que estava em reunião e não me deu suporte algum. Durante o período que estava na direção, fui induzida pelo vice diretor para “abafar” e não comentar sobre o ocorrido. Ele ainda perguntou se me encontrava em condições de retornar a sala de aula. Como já estava perto do horário da saída, fui embora sem nenhum amparo por parte da escola, nem tão pouco falar com a diretora. Aguardo juntamente com minha família que medidas sejam tomadas por parte da escola.”
Da Redação
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