Merenda, transporte escolar, falta de professores, instalações inadequadas, são problemas comuns aos anexos das unidades escolares no município de Casa Nova-BA, sob responsabilidade do Estado. Segundo informações que chegaram a nossa redação, a APLB Sindicato tem ficado alheia a esta situação, quando deveria cobrar melhores condições de trabalho para os professores e zelar pela qualidade do ensino.
São vinte ônibus, que atendem os diversos roteiros estabelecidos de comum acordo com a prefeitura para atender anexos dos Colégios Conselheiro Luiz Viana, Getúlio Vargas e Irene Campos. Um dos motoristas, subcontratado pela empresa Paisagem Turismo, que não quis ser identificado fez o seguinte relato : “Rodamos os meses de junho, julho e agosto, mas não dá mais. Só promessa, promessa” – e faz a ressalva – “A empresa tem boa vontade. Assumiu a responsabilidade com o posto, mostra as cobranças. O problema é o governo. Não paga, não adianta a renovação do contrato e fica dizendo que amanhã sai a ordem, que nunca sai”.
Em Lagoa do Alegre, 100 quilômetros distante da sede, o anexo do Colégio Irene Campos é um retrato acabado do que a diretora do NTE – Núcleo Territorial de Educação, a antiga DIREC, Marinez Silva Menezes Santos, chama de “politicagem na criação de anexos”, segundo declaração da própria diretora. No anexo, 200 alunos, em três turnos, assistem as aulas em espaços inadequados onde não dá para se instalar um fogão, portanto, sem merenda, sem funcionário de limpeza e sem merendeira.
Também é flagrante a situação de alunos do 1º ano, deslocando-se por 6 a 8 quilômetros em motos porque os ônibus pararam. “Queira Deus não aconteça um acidente”, diz uma professora, reforçada pelo gestor Elton Silva de Oliveira do Irene Campos – “Há três meses estamos sem funcionários de limpeza e merendeira, agora em setembro os ônibus estão parando. Não há mais o que fazer nem a quem reclamar”.
A falta de professores completa o quadro de descaso e a diretora Marinez Menezes se explica dizendo que, “mesmo com REDA emergencial, não achamos professores que queiram ir para lá”.
“Claro que os problemas não se resumem aos anexos, onde são gritantes o descaso” – analisa uma professora do Getúlio Vargas – “Aqui na sede temos problemas também. Ônibus que transportam alunos do interior sem receber e parados há uma semana, falta de professores em determinadas disciplinas”, e a gestora, Elidia da Silva Rocha, completa: “Há mais de 5 anos os professores só tem uma sala improvisada e se reúnem nos corredores”.
Ao lado do colégio uma construção, de duas salas, está parada. Ainda segundo informações de fontes do PNB em Casa Nova, a Diretora Marinez, que diz prezar pela “transparência” mostrou um e-mail garantindo que a NOB (Ordem de pagamento) para a empresa que contratou os ônibus sai hoje (14). A gestora regional do órgão também tem elogiado a atuação da APLB no município, quando afirma que a representante do sindicato é uma “parceira”.
Será que a parceria se dá através do silencio diante de tantos problemas, quando seria uma função da APLB fiscalizar e denunciar a precarização da educação estadual no município? Pergunta já encaminhada, por nossa redação, para a diretoria regional da APLB Sindicato.
Estamos encaminhado a denúncia para os órgãos citados e solicitaremos respostas sobre os problemas.
Da Redação