(foto: Preto no Branco)
O Terreiro Abasy de Oiá Guenã, localizado no bairro Kidé, em Juazeiro, voltou a sofrer ataques por intolerância religiosa nesta semana. O caso relembra o que aconteceu em julho de 2015, quando o terreiro também foi alvo desse tipo de ataque.
De acordo com líder religiosa Adelaide Santos, a casa vem sofrendo, há alguns dias, com sucessivos apedrejamentos.
O Terreiro Abasy de Oiá Guenã, que existe há mais de 40 anos, já sofreu com ataques por intolerância religiosa. Em julho de 2015 o templo teve imagens, quadros, vestes, instrumentos e parte do telhado destruído. O caso foi levado ao Ministério Público.
Ainda em 2015 foi aprovado o Projeto de Lei Nº 3.122/2014, que institui o dia 8 de dezembro como o “Dia Municipal dos Povos de Terreiro”, que tem, como um dos principais objetivos, desenvolver atividades e ações de combate à intolerância religiosa em Juazeiro. A casa onde Adelaide Santos morava com netos e filhos também foi apedrejada.
Repúdio
Em nota, a União de Negras e Negros (Unegro) de Juazeiro repudiou a ação preconceituosa. Para o órgão, o fato “vem constatar o desrespeito e a intolerância religiosa, que tem lastro na marginalização da cultura negra na cidade de Juazeiro, bem como em todo Brasil. (…) A cidade de Juazeiro possui, segundo estimativas do IBGE 2017, 221.733 habitantes, destes, aproximadamente 80% de negras/negros e pardas/pardos auto declaradas/os. Fato que não deveria permitir o fortalecimento e manutenção de práticas racistas e de intolerância. A emancipação dessa sociedade é de responsabilidade do poder público, por meio de políticas públicas eficazes e sustentadas na conscientização da diversidade, pluralidade dos indivíduos e suas práticas, sejam elas religiosas ou de qualquer outra ordem. A intolerância religiosa, o racismo, a homo, lesbo, transforbia são práticas bárbaras, que devem ser extirpadas da sociedade, se queremos esta civilizada na sua forma mais plena.”
Da Redação
