Em 32 anos, apenas uma reforma: Em cena, o abandono do Centro de Cultura João Gilberto, em Juazeiro

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(fotos: Preto no Branco/Whatsapp)

Inaugurado em 1986, o Centro de Cultura João Gilberto, de responsabilidade do Governo do Estado da Bahia, está consolidado como um dos mais importantes espaços para a promoção e o fortalecimento da cultura e da arte no Sertão do São Francisco. Palco para apresentações artísticas e culturais, exposições, shows, palestras entre outros eventos de artistas regionais e nacionais, o espaço encontra-se, atualmente, com a estrutura desgastada, reflexo da falta de investimento na sua manutenção.

Ao longo destes 32 anos, o espaço passou apenas por uma reforma e, mesmo com o crescimento da vida cultural do território que atende, não teve sua estrutura ampliada.

Um leitor do Preto no Branco e frequentador do espaço, que pediu para não ser identificado, nos enviou algumas fotos e enumerou alguns dos problemas decorrentes da falta de manutenção no único centro cultural da cidade.

“As torneiras estão quebradas, os vasos sem descarga, o palco está furado, as portas sem tranca,
faltam pintura, lâmpadas e o lixo toma conta da entrada. Dentro do teatro, faltam as cortinas do fundo, o palco está furado e a frente sem pintura, as cadeiras estão quebradas, o ar condicionado com problemas, camarins sem luz, sem cadeiras, banheiros do camarim sem portas, faltando água nos filtros”, elencou.

A reportagem do PNB foi ao centro e constatou as informações. Os sinais de desgaste podem ser percebidos tanto na parte interna quanto na externa do centro de cultura. A começar pela área de entrada do espaço. Na parte externa, há mato e lixo acumulados, a pintura das paredes e das grades está desbotada e com sinais de deterioração.

De fato, é na parte interna que os indícios de abandono são ainda mais visíveis. Janelas, torneiras, pias, espelhos e chuveiros quebrados, vasos sanitários com problemas na descarga, portas sem tranca, refletores danificados, banheiros e camarins sem lâmpadas, além de armários antigos.

Dentro do anfiteatro também é possível conferir mais sinais de desgaste, o que gera insatisfação na classe artística e nos frequentadores.

Alan Cléber, cantor e diretor de teatro, desenvolveu nos últimos meses alguns projetos no centro de cultura, mas enfrentou dificuldades. Para ele, a infraestrutura do espaço está numa “situação caótica”.

“O governo do Estado e as lideranças políticas precisam olhar para o centro. Temos um camarim precário e sem estrutura adequada, as cadeiras são desconfortáveis. No teatro de arena também enfrentei dificuldades em relação a estrutura, desde o piso até o acesso aos banheiros, que nem existem mais. Estão depredados. Eu, como artista da cidade e que uso aquele espaço como meu santuário, apelo aos governantes que olhem o teatro, até pelo nome que ele leva, mas acima disso, pelo respeito para com os artistas que usam o espaço do João Gilberto”, desabafou Alan.

Última reforma

A primeira e última reforma do centro cultura foi realizada em abril de 2013, na época, com 27 anos de funcionamento. Foram realizados os serviços de pintura, revisão da rede elétrica, reforma dos banheiros, revitalização do espaço Pró-Memória, substituição de lâmpadas, jardinagem, reforma do gradil externo, reforma do piso de madeira, pintura, reforma e pintura da arquibancada do anfiteatro. A reforma foi promovida pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

O PNB solicitou esclarecimentos da Fundação Cultural do Estado da Bahia sobre a situação do centro.

Da Redação por Thiago Santos

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