Luiz, cadê Santo Antônio
São Pedro, cadê São João?
Promessas pra matrimônio
Folguedo, cadê baião?
E o encantado patrimônio
Dos luares do sertão?
Parece que a nossa festa
É tão somente a saudade
Do que não houve nem resta
Ou suposta felicidade
De algum namoro esquecido
Quiçá, um sonho tingido
Com as tintas da mocidade
Luiz, cadê Santo Antônio
São Pedro, cadê São João?
Promessas pra matrimônio
Fogueira, cadê rojão?
E o prateado plenilúnio
Das quebradas do sertão?
Parecemos-nos vencidos
Entre fanfarra e festança
Entre conceitos perdidos
Numa inversão que avança
Entre o mercante e o mercado
Entre o cercante e o cercado
Entre quem toca e quem dança
Luiz, cadê Santo Antônio
São Pedro, cadê São João?
Promessas pra matrimônio
Quadrilha com marcação
Parece que o infortúnio
Devastou lira e sertão!
Parece que as raízes
Não se fizeram luzir
Para que outros Luízes
Se fizessem refulgir
Na essência de um novo canto
E, na ressonância do encanto
O Rei se fizesse ouvir.
Virgílio Siqueira, poeta.