(foto: reprodução/internet)
Um dos fundadores de PT e um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, o jurista Hélio Bicudo morreu nesta terça-feira (31). Com 96 anos, o professor de Direito sofria há meses com complicações cardíacas.
Professor de Direito no Largo de S. Francisco, Bicudo se destacou pela atuação em defesa dos direitos humanos desde os anos 1970 e chegou a presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, nos anos 2000. Ele ganhou notoriedade ao condenar integrantes do Esquadrão da Morte, organização paramilitar dos anos 1970.
O jurista foi dos quadros históricos do PT. Ingressou no partido em 1980, quando ocupou o cargo de primeiro-vice-presidente da seção paulista da agremiação. Em 1990, foi eleito deputado federal pela sigla e reeleito quatro anos depois. Desfiliou-se do partido em 2005, após o Mensalão.
Em 2016, Bicudo foi autor do pedido de afastamento de Dilma, ao lado do ex-ministro da Justiça Miguel Reale Junior e da advogada Janaina Paschoal, atualmente cotada como vice do candidato a Presidente da República Jair Bolsonaro (PSL).
Em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, em setembro de 2015, meses antes de o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ) aceitar o pedido de impeachment, Bicudo criticou ainda a postura do PT de chamar o processo de “golpe”.
“Acho que precisa dizer para a Dilma ler a Constituição, porque lá está escrito que o impeachment é um remédio constitucional. Então, não existe esse negócio de impeachment. É um processo democrático em curso”, disse.
O jurista também afirmou que o PT não teria futuro e criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O Lula se corrompeu e corrompe a sociedade brasileira como ela é hoje através da sua atuação como presidente”, afirmou.
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