Médicos clínicos da UPA de Juazeiro entram com ação no Ministério Público contra redirecionamento de atendimentos no sistema de saúde

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Um documento elaborado e assinado por médicos clínicos da Unidade de Pronto Atendimento de Juazeiro-BA foi protocolado nesta terça-feira (27), no Ministério Público da Bahia e no Conselho Regional de Medicina da Bahia.

Os profissionais exigem que a Secretaria Municipal de Saúde indique medidas imediatas para sanar irregularidades que estariam ocorrendo na unidade. O documento, assinado por 20 médicos, pede ainda que a escala clínica com três médicos clínicos por plantão de 24 horas seja mantida.

Os trabalhadores também exigem que a SESAU não redirecione o serviço de emergência pediátrica para a UPA.

Na última sexta-feira (23), os médicos já haviam criticado as mudanças em um texto que circulou nas redes sociais. Os profissionais afirmaram que o resultado dessa medida será “o aumento do fluxo no serviço, provocando ainda mais demora nos atendimentos e reavaliações”.

O texto afirma ainda que “pacientes graves poderão morrer sem ao menos conseguir passar pela triagem” e diz que o quadro de médicos da UPA será reduzido. “Além disso é válido ressaltar a sobrecarga dos profissionais envolvidos. Atualmente temos uma média de 280 atendimentos/dia, contabilizando uma média de 8000 pacientes/mês, atendidos num dia de plantão, por 3 médicos, sem contar as reavaliações, que quem frequenta o serviço conhece como funciona o fluxo”.

Na ocasião, durante entrevista ao Programa Palavra de Mulher web, a Secretária de Saúde de Juazeiro, Fabíola Ribeiro fez esclarecimentos sobre as mudanças. De acordo com ela, a UPA está sendo reformada para atender melhor as crianças, no chamado primeiro atendimento, que não seja de média ou alta complexidade.

Fabíola Ribeiro explicou ainda que as mudanças serão feitas por uma necessidade da gestão em melhorar as portas de entradas das unidades, fortalecer a rede, otimizar e dar mais qualidade ao atendimento dos usuários.

“A gente não vai dificultar acesso e atendimento do usuário, mas sim garantir que as nossas urgências estejam com usuários que realmente necessitem delas. Hoje nas portas de entrada dos nossos serviços, 100% dos pacientes são atendidos. Mas, existem situações que devem ser atendidas nas Unidades Básicas de Saúde e não nas unidades de emergência. Por exemplo, uma assadura de fralda não é para ser atendida na emergência do hospital, mas sim em uma UBS. Por isso, as nossas equipes vão orientar os usuários e garantir que eles sejam atendidos nas suas redes de saúde”, esclareceu.

Por fim, a secretária negou a redução no número de médicos na UPA.

“O município de Juazeiro arca com quatro médicos durante o dia e quatro durante a noite. Serão dois clínicos e dois pediatras atendendo durante 24 horas. Ou seja, a unidade terá um profissional a mais do que determina a portaria de Saúde. Portanto, é uma inverdade dizer que o quadro médico da UPA será reduzido”, concluiu a secretária.

 

Da Redação

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