(foto: arquivo)
Em decisão proferida na última segunda-feira (9), o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decidiu revogar o pedido de prisão preventiva contra Alisson Henrique de Carvalho Cunha, acusado de ter apagado as imagens em que aparecia o assassino de Beatriz Angélica, morta no dia 10 de dezembro de 2015, no colégio Maria Auxiliadora, em Petrolina-PE.
O TJPE decretou a prisão preventiva de Alisson Henrique em 12 de dezembro de 2018. O ex-prestador foi indiciado por falso testemunho e fraude processual. O mandado de prisão entrou para o banco nacional de Justiça do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O acusado não se entregou e foi declarado como foragido da justiça. O disque denúncia de Pernambuco passou a oferecer uma recompensa no valor de R$ 10 mil, para quem ajudasse a localizar o suspeito.
“Conquanto não se possa relativizar as condutas do embargante, estas por si sós não se revestem de tamanha gravidade que demande a prisão preventiva, mormente se verificada, atualmente a ausência de quaisquer das hipóteses legais que autorizam a imposição da prisão processual”, diz um trecho do documento.
Em conversa com o PNB, Wank Medrado, advogado de Alisson Henrique, comentou a decisão. Segundo ele, “O Tribunal entendeu que a polícia não avançou com as investigações entre a decretação da prisão e a revogação”.
Apesar do pedido de prisão ter sido revogado, o inquérito continua em aberto, tendo em vista que o arquivamento só pode ser autorizado após a conclusão do inquérito policial. O processo segue em segredo de justiça.
Mandado de busca
No dia 18 de julho, a polícia cumpriu um mandado de busca na casa de Alisson, na periferia de Petrolina-PE. A Polícia Militar fez um cerco na residência do acusado. A equipe do PNB acompanhou a ação dos PMs, que mesmo tendo um Mandado de Prisão contra o foragido, não conseguiram entrar na casa, por não terem um mandado judicial de busca e apreensão.
No mesmo dia, após o mandado ter sido concedido, a Polícia Civil voltou à casa do suspeito, mas ele não foi localizado.
Envolvimento
Em dezembro, em conversa com o PNB, a delegada Poliana Nery, que está a frente do caso, informou que Alisson Henrique circulou no colégio na noite do dia 4 de janeiro de 2016, acompanhado de mais dois funcionários do colégio (Carlos André, administrador, e Loraíldes), quando as imagens foram apagadas.
Toda a movimentação destas três pessoas estão registradas em vídeos. Em um deles, Alisson aparece entrando na sala de monitoramento do colégio.
O crime
Beatriz Angélica foi assassinada em 10 de dezembro de 2015, com 42 facadas durante a festa de formatura de sua irmã mais velha, no Colégio Maria Auxiliadora. A última imagem que a polícia tem de Beatriz foi registrada às 21h59 do dia 10 de dezembro de 2015, quando ela se afasta da mãe e vai até o bebedouro do colégio.
Após perceberem o sumiço da criança, os pais desesperados começaram a procurá-la, até que minutos depois, o corpo da menina foi encontrado atrás de um armário, dentro de uma sala de material esportivo.
Da Redação