Acusado do homicídio de Adalberto Gonzaga se manifesta pela primeira vez e diz ser inocente

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Adalberto Gonzaga foi assassinado na porta de casa (foto: arquivo)

David Roger Paixão Reis, indiciado por envolvimento no crime de homicídio contra o coordenador da Defesa Civil do município de Juazeiro, Adalberto Gozanga, em fevereiro 2017, se manifestou publicamente, pela primeira vez, sobre a denúncia. David afirma que as acusações que pesam em seu desfavor baseiam-se em comentários falaciosos que desnortearam o Ministério Público da Bahia (MPBA) na condução do caso.

Em um texto enviado ao PNB, o denunciado considera que o inquérito concluiu que um total de sete pessoas, entre os mandantes e executores, participaram do referido crime, sendo que nenhum deles é o acusado. Ainda segundo David, apesar disso, a denúncia acusou outras pessoas, alheias à situação, o que aparenta, a princípio, desmerecer a missão policial empreendida.

“Reitere-se que as descrições do executor dada pela própria testemunha ocular, divergem antagonicamente ao tipo físico do acusado, fato este devidamente denotado na folha 239 do processo criminal. Tal fato demonstra que a denúncia não se baseia nas evidências robustas advindas do brilhante trabalho policial, mas, se respalda em boatos maledicentes”, diz o texto.

Para David, “As autoridades estão sendo induzidas a erros que não se sustentarão. A testemunha é clara em descrever o assassino e a descrição relatada em nada se parece comigo. Tenho certeza da minha inocência e sei que tudo vai se esclarecer”, afirma em nota o acusado.

Entenda o caso

Em um inquérito iniciado na Polícia Civil e finalizado pelo Ministério Público da Bahia (MPBA), o promotor Raimundo Moinhos denunciou Joaquim Neto, diretor-presidente do SAAE de Juazeiro, David Roger Paixão Reis e Gabriel Gomes Amaral, por participação no crime. Eles foram indiciados por homicídio triplamente qualificado.

No inquérito, o promotor diz que após as eleições municipais de 2016 e a mudança na gestão, a vítima foi afastada do seu cargo de Coordenador da Defesa Civil, órgão que opera junto ao SAAE, não sendo renomeado até o dia da sua morte. Adalberto teria ficado insatisfeito com o seu afastamento do cargo e reuniu documentos que constatavam irregularidades no uso de verbas públicas, a exemplo da verba de 5 milhões de reais destinada ao SAAE para a perfuração de poços na zona rural de Juazeiro, no segundo semestre de 2016.

O inquérito expõe ainda que a vítima chegou a procurar Joaquim Neto para questionar sobre a sua renomeação, e informando que tinha provas documentais que poderiam prejudicar o acusado e a administração municipal, fazendo com que Joaquim afirmasse que iria considerar a renomeação da vítima. Após essa conversa, Adalberto passou a receber ameaças de morte, fato que o fez procurar o radialista Waltermário Vieira Pimentel, para denunciar diversos desvios de verbas, levando consigo documentos que comprovavam as irregularidades.

Durante o encontro com o radialista, a vítima teria informado que o ex-prefeito de Juazeiro, Isaac Carvalho, estaria disposto a acabar com ele, e como retaliação, Adalberto anunciou que iria divulgar os documentos, diz o inquérito.

O documento também informa que após a conversa com o radialista, a vítima foi para a sua residência e ao chegar ao local, foi surpreendido pelos assassinos, que estavam em uma motocicleta. A pasta com os documentos que estavam com Adalberto teria desaparecido da cena do crime.

O processo já foi encaminhado para a Justiça e uma audiência, com a presença dos denunciados, deverá ser marcada em breve.

Da Redação

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