Presidente da Capes aponta mudança em modelo de avaliação dos projetos

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(foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Anderson Correia, que em breve vai assumir a reitoria do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), declarou ontem (8) que, em sua gestão, o órgão adotou um novo modelo de seleção dos projetos que são financiados por bolsas de estudo da instituição.

“Estamos reestruturando a forma de fomentar [a formação de mão de obra qualificada], trazendo mais recursos direcionados a temas específicos”, declarou Correia durante a apresentação, em Brasília, do Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (Procad) em Segurança Pública e Ciências Forenses.

Lançado pelos ministérios da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e da Educação, Abraham Weintraub, o novo programa de cooperação acadêmica será executado pela Capes, a exemplo de outras duas iniciativas semelhantes lançadas no ano passado: o Procad Amazônia e o Procad Defesa.

Pouco mais de R$ 7 milhões estão sendo investidos no Procad Amazônia para custear cerca de 80 projetos de pesquisa acadêmica que ajudem não só na proteção do bioma, mas também na consolidação das redes de pesquisa da Amazônia Legal, região que abrange a nove estados brasileiros (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão). Já o Procad Defesa deve receber R$ 13,5 milhões para financiar a cooperação entre instituições civis e militares responsáveis por projetos de formação de recursos humanos e de pesquisas científicas e tecnológicas na área da Defesa.

O Procad Segurança Pública e Ciências Forenses, por sua vez, receberá um aporte de R$ 10,1 milhões, beneficiando pesquisadores que desenvolvam estudos de mestrado, doutorado e pós-doutorado com vista à melhoria das ações em segurança pública. Do total, R$ 6 milhões virão do caixa da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça, ao longo de quatro anos. Outros R$ 2,1 milhões virão da Polícia Federal (PF) e R$ 2 milhões da própria Capes. Os valores das bolsas concedidas vão variar conforme o nível acadêmico dos contemplados: R$ 1.500 para alunos de mestrado; R$ 2.200 para doutorado e R$ 4.100 para pós-doutorado.

“Este programa está inserido na mudança do modelo de avaliação que a Capes vem empreendendo, buscando maior impacto social [com o financiamento] a temas que beneficiem diretamente a sociedade e possibilitem maior interação das universidades com o setor produtivo”, disse Correia.

ITA
Correia, que é engenheiro civil, confirmou que deve permanecer à frente da Capes até o próximo dia 27, quando voltará a assumir a reitoria do ITA, instituição pública de ensino universitário especializada em ciências e tecnologias aeroespaciais. O ITA está ligado ao Comando da Aeronáutica e fica em São José dos Campos (SP). Segundo ele, a Casa Civil ainda não definiu quem o substituirá na Capes. Correia foi reitor do ITA de 2016 a janeiro de 2019, quando assumiu a presidência da Capes.

Sobre os desafios, entre eles a limitação orçamentária, enfrentados durante a gestão da Capes, Correia afirmou que a execução orçamentária do ano passado foi um dos maiores dos últimos cinco anos. “Cem por cento do orçamento da Capes foi executado. E o Ministério da Educação ainda alocou mais R$ 200 milhões que também já foram empenhados”, comentou Correia, declarando estar tranquilo em relação à previsão orçamentária para a Capes este ano. “Estamos bem tranquilos com relação a 2020. Conscientes de que o governo federal e o MEC estão atentos às necessidades da Capes. Estamos com o orçamento dentro do planejado.”

Perguntado sobre o que considera sua principal realização à frente da Capes, Correia foi taxativo: “O maior legado que eu acredito é fazer programas que estimulem a transferência de conhecimento ao setor produtivo e tenham impacto social. Então, além de colocar recursos nesta linha, modificamos o sistema de avaliação da Capes para estimular estas interações. Ou seja, a Capes e o MEC acreditam que as universidades brasileiras têm um potencial imenso que, se bem explorados, podem render imensos recursos ao país, gerando conhecimento para toda a sociedade.”

Agênia Brasil

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