Nessa época de verão, as noites e madrugadas dos juazeirenses costumam ser quentes. Dormir virou quase que uma tortura. Um ventilador comum não resolve nada, talvez um turbo amenize. Quem pode pagar a conta de ter um ar-condicionado ligado no máximo, a noite inteira, passa melhor. Os refrigeradores e condicionadores de ar, por aqui, são gêneros de primeiríssima necessidade. As noites, que deveriam ser de descanso, viram um tormento.
Agora junte o calor, a nuvem de muriçocas, com a impossibilidade de ligar os aparelhos que enganam a temperatura alta, por falta de energia elétrica. Assim foi a madrugada de muitos moradores de Juazeiro nesta sexta-feira (17). “Madrugada infernal”, como descreveu ao PNB a estudante Yasmin Monteiro, que mora no bairro Cajueiro.
“Calor insuportável, muriçocas atacando, e aí, falta energia. Foi a madrugada toda sem dormir, o que compromete o dia seguinte, pois a gente fica cansado, sonolento, improdutivo e sem ânimo para as atividades diárias”, reclamou.
Além do Cajueiro, bairros como Jardim Universitário, São Geraldo, Centenário, Jardim Novo Encontro e Alto da Maravilha, ficaram sem energia por cerca de 1 hora, tempo suficiente para causar muitos transtornos para a população juazeirense. Sem energia, muitos moradores tentaram driblar o calor nas varadas ou nas portas de suas residências. Entretanto, muitos precisaram competir com as muriçocas, que estão em um período propício para a proliferação.
É que neste período, a incidência de larvas de mosquito aumenta nas áreas onde a estação das chuvas coincide com o clima quente. A temperatura propicia a atração do inseto para o corpo humano, tendo em vista que o corpo elimina substâncias durante o suor que atrai a muriçoca, fazendo com que ela busque o sangue humano como alimento. Os mosquitos são atraídos pelo cheiro do suor e pelo gás carbônico eliminados durante a respiração.
A paulista Gabriela Duarte já visitou Juazeiro outras vezes e disse já estar acostumada com as muriçocas. Entretanto, a maquiadora, que é alérgica a picada do mosquito, percebeu que a incidência de mosquitos cresceu nesse período. Com a falta de energia na madrugada de hoje, ela teve que improvisar alguns métodos para evitar uma crise alérgica.
“Tive que acender vários incensos para espantar os mosquitos. Como estava muito calor, achei de deixar a janela aberta e a casa foi invadida pelas muriçocas. Tive que fechar tudo e aguentar o calor mesmo. Foi muito desagradável. Era impossível dormir em paz com tanto calor e muriçocas juntos. Durou uma hora, mas pareceu uma eternidade”, disse.
Na manhã de hoje (17), esses mesmos bairros que ficaram sem energia na madrugada, sofreram oscilação na rede elétrica pela manhã. O PNB não conseguiu contato com a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), para saber o que motivou a queda e as oscilações na energia. Mas de acordo com
Equipamento queimou? O que fazer?
O Procon de Juazeiro já registrou diversas queixas de consumidores que foram prejudicados pelas alterações na rede elétrica. Em conversa com o PNB, o diretor do órgão alertou que, ao ter um equipamento danificado pela oscilação ou queda de energia, o consumidor terá o prazo de 90 dias para procurar a concessionária e abrir uma reclamação por danos elétricos.
De acordo com o advogado especialista em Direito do Consumidor, após o contato, a empresa terá o prazo de 10 dias para realizar a inspeção. Se o aparelho danificado for utilizado para conservar alimentos perecíveis ou medicamentos, o prazo da inspeção cai para um dia útil.
“Após a vistoria, a empresa terá 15 dias para responder se a reclamação do consumidor será atendida ou não. Sendo positiva a resposta, a fornecedora terá o prazo de 20 dias para ressarcir o prejuízo ou consertar o produto danificado. Sendo negativa a resposta, o consumidor poderá ingressar com uma ação judicial, buscando o ressarcimento dos danos sofridos”, disse Penalva.
“É importante lembrar que, a qualquer tempo, o consumidor poderá procurar os órgãos de proteção e defesa do consumidor para acompanhar o caso”, concluiu.
Em Juazeiro, o Procon fica situado no prédio comercial da Praça Barão do Rio Branco, próximo ao Paço Municipal.
Da Redação
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