Na manhã desta segunda-feira (20), motoristas de aplicativo participaram do programa Palavra de Mulher Web, onde falaram sobre a falta de segurança que a classe vem enfrentando na região. Representando a categoria e o grupo intitulado “Indignados do Vale”, os profissionais Francisco Diniz, Fred Magno, Diogo Portela, Rafael Dias e Ciam, relembraram a tentativa de homicídio sofrida pelo colega Joel Victor, na noite da última quarta-feira (15), no bairro Quidé, em Juazeiro-BA. (Veja aqui)
“Quando recebemos a notícia do ocorrido, montamos equipes de busca e fechamos todas as saídas de Juazeiro. Cerca de 30 minutos depois, encontramos o carro incendiado e continuamos as buscas aos suspeitos. Na madrugada da quinta-feira (16), encontramos um dos acusados e acionamos a polícia para prendê-lo”, relatou o representante do grupo “Indignados do Vale”, Francisco Diniz.
Ele destacou ainda que a falta de estrutura de alguns bairros de Juazeiro tem dificultado o trabalho dos profissionais. “Estamos com medo de trabalhar em Juazeiro e quem perde com isso é a população, principalmente os moradores dos bairros periféricos, que tem ruas esburacadas e sem iluminação, o que nos deixa sem segurança”, acrescentou.
Ainda durante a entrevista, Diogo Portela, criador da Mova, plataforma de transporte particular criada em Petrolina-PE, destacou que nesses mais de dois anos de funcionamento do serviço de aplicativos na região, não houve nenhum registro de violência contra passageiros. “Todas as empresas oferecem segurança para os usuários. Os profissionais cadastrados precisam passar por uma processo rigoroso para ser um motorista de aplicativo. E a Mova nasceu pelo clamor dos motoristas por segurança, e diferente dos outros aplicativos, ao receber as chamadas, os profissionais conseguem ter acesso a foto do solicitante, o destino para onde ele vai e comentários de outros motoristas sobre o passageiro. Sabemos que ainda precisamos mapear os pontos críticos, mas a gente vem fazendo o dever de casa e ouvindo o motorista parceiro”, declarou.
Diogo também falou sobre o decreto municipal N.º 073/2018, de 20 de setembro de 2018, que normatizou o serviço em Petrolina-PE.
“A regulamentação na cidade vizinha não atendeu aos nossos anseios enquanto motoristas de aplicativo. Muita coisa ainda precisa ser mudada. Por isso ainda estamos em conversas. Em Juazeiro ainda não existe uma regulamentação municipal e gostaríamos de chamar a atenção do legislativo, que elabora as leis, e do executivo, que as sanciona. Tenham atenção, ouçam, convoquem os motoristas e perguntem o que é importante para eles. Não saiam pegando receita de fórmula de capital e jornais de âmbito nacional. Cada cidade tem suas particularidades e necessidades. Exijam que as plataformas deem mais segurança para os motoristas”, solicitou.
Os profissionais alertaram ainda a população para práticas que não devem ser feitas pelos usuários dos aplicativos. “É importante que os usuários não façam chamadas para terceiros, principalmente para pessoas desconhecidas, pois essa prática nos coloca em risco. Além disso, qualquer transtorno que ocorra durante a viagem, quem vai arcar com as consequências é o usuário que solicitou a viagem. Outros problemas que enfrentamos também é o excesso de passageiros e crianças menores de sete anos, sem a cadeirinha ou assento elevado. Se aceitarmos essas situações, estaremos sujeitos a multas”, orientaram.
Eles finalizaram pedindo ajuda para a recuperação do motorista Joel Victor, que precisa de uma cirurgia. Quem puder ajudar pode fazer o depósito pela conta: Banco Itaú, Agência 6794, Conta corrente: 00747-3, em nome de Francisco Assis de souza (Pai da vítima).
Veja a entrevista na íntegra:
Da Redação Por Yonara Santos