Julgamento caso Rildeny: Ex-companheiro se livra do crime de feminicídio e é condenado por homicídio simples

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(Francisco dos Santos Gonzaga, condenado a dez anos de prisão. Fotos: PNB)

Francisco dos Santos Gonzaga foi condenado pelo Tribunal do Júri, a dez anos de prisão, em regime fechado, pelo assassinato de sua ex-companheira, Rildeny Modesto Batista, em março de 2016, no Residencial Praia do Rodeadouro, em Juazeiro, norte da Bahia. O julgamento foi realizado nesta terça (3), no Fórum Conselheiro Luiz Viana.

Francisco foi condenado por homicídio simples, ou seja, quando o crime é cometido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, conforme prevê o Código Penal. O júri popular, composto por sete homens, não acatou as acusações do promotor Raimundo Moinhos, e recusou a tipificação de feminicídio, termo criado para se referir a crimes praticados contra mulheres baseado no gênero, ou seja, em decorrência do fato dela ser mulher (misoginia e menosprezo pela condição feminina).

Conforme testemunhas que estavam presentes, durante o julgamento, o criminoso tentou desqualificar a ex-companheira, ao atacar a conduta da vítima.

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(Familiares, amigos e membros de movimentos ativistas acompanharam o julgamento. Fotos: PNB)

 

Familiares, amigos, membros de movimentos ativistas, do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher e da Secretaria de Desenvolvimento Social Mulher e Diversidade (SEDES) de Juazeiro acompanharam o julgamento do caso, que durou cerca de 4 horas.

“O meu sentimento é de impunidade, pois diante de tudo que aconteceu, diante das provas apresentadas em toda audiência, a gente esperava uma pena mais severa e compatível com tudo o que ele fez. O promotor foi bem claro sobre todas as atrocidades que ele fez com  minha irmã. Mas, infelizmente, estávamos diante de um juri que não tinha muito conhecimento sobre o processo e decidiu por homicídio simples e não por feminicídio, o que dói na gente. Ficou muito claro para mim, o machismo. A corpo de jurados foi composto por 7 homens. As 3 mulheres escolhidas por sorteio, foram excluídas. Houve machismo sim e tudo que minha irmã precisava era de justiça. Agradeço a Quitéria Lima, do Conselho da Mulher, que desde o início está com a gente nesta luta”, declarou Gilvan Modesto, irmão da vítima.

(foto: arquivo)

O crime

Na manhã do dia 21 de março de 2016, Rildeny Modesto Batista foi encontrada morta dentro de um quarto no Residencial Praia do Rodeadouro, em Juazeiro. Na época, a vítima tinha 24 anos e foi morta a facadas.

Segundo a polícia, após chegarem de uma festa, o casal teria iniciado uma discussão. As filhas da vítima teriam ouvido toda a briga, e ao amanhecer, encontraram o corpo da mãe no chão. A vítima já havia registrado boletins de ocorrências por agressão contra o suspeito.

Francisco foi preso na cidade de São José do Belmonte, no sertão de Pernambuco, onde estava trabalhando como vendedor de frutas na feira da cidade.

Da Redação

1 COMENTÁRIO

  1. Absurdo num país como esse, uma mulher viver em um relacionamento abusivo. O assassino tentar justificar seus atos através do ataque a conduta da vítima e isso não ser considerado um feminicídio.

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