Vacinação contra a gripe: pacientes reclamam de aglomerações e falta de vacinas, em Juazeiro-BA e Petrolina-PE

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(Imagem: redes sociais)

Aglomerações, filas, e vacinas em falta. Assim foram os dois primeiros dias da Campanha Nacional de Vacinação que começou ontem (23) nas cidades de Juazeiro, na Bahia, e em Petrolina, no Pernambuco. Boa parte do público-alvo que necessita do serviço enfrentou dificuldades para se prevenir contra a influenza B, o H1N1 e H2N3.

Em Juazeiro, apesar da prefeitura ampliar os pontos de vacinação e, além das Unidades de Saúde, utilizar mais 48 Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs) e escolas da rede, na sede e no interior do município, muitos usuários reclamaram das filas e da aglomeração, que conforme recomenda a Organização Mundia da Saúde (OMS), deve ser evitada durante a pandemia.

Um outro problema, retratado por boa parte dos cidadãos, foi a escassez rápida das vacinas. Muitos idosos, que, em alguns pontos, chegaram nas primeiras horas da manhã para garantir os primeiros lugares na fila, voltaram para casa sem ser vacinados nesta terça-feira (24).

“A vacina do H1N1 ficou disponível ontem e quando cheguei lá com a minha mãe, disseram que já tinha acabado as fichas. Mandaram que fôssemos hoje, e ao chegar lá, disseram que não tinha mais vacina para idosos, e que as que estavam lá, era para quem é da área da saúde. Uma grande falta de respeito”, disse Creusa Silva.

“Passei por volta das nove hora da manhã de hoje no posto de saúde do Castelo Branco e não tinha mais vacina para as pessoas idosas. Na fila tem cerca de cem pessoas, aglomeradas no sol. Em todos os postos está desse jeito. Como querem evitar aglomeração e ainda sem vacinas?”, questionou um outro leitor.

Na cidade baiana, a Secretaria de Saúde, além do público-alvo de idosos e profissionais de saúde, nessa primeira fase, também serão vacinados funcionários do sistema prisional, população indígena e a privada de liberdade. A demanda, portanto, aumentou, entretanto, conforme informações obtidas pelo PNB, algumas unidades de saúde receberam apenas entre 30 e 60 vacinas, em cada dia.

Em Petrolina, a situação também se repetiu: faltaram vacinas na unidades de saúde. Também foram registradas aglomerações, conforme disse a dona de casa Sandra Martins, que foi garantir a imunização da mãe de 81 anos.

” Ontem, quando cheguei no posto de saúde da Vila Eduardo comunicaram que a quantidade de vacinas que tinha não seria suficiente para vacinar todos que estavam lá. Pediram que eu voltasse hoje. Um absurdo. Além disso, fiquei preocupada com a aglomeração de pessoas na porta. Muito idoso juntos. Um risco, e não tinha ninguém para orientar quem estive lá”, disse a dona de casa.

O que dizem as secretarias

A Secretaria de Saúde de Juazeiro informou que recebeu da Secretaria de Saúde do Estado, apenas 19% das doses destinadas a este público, por isso optou por distribuir 200 doses nos pontos de vacinação da sede e 100 nos pontos do interior, atendendo assim, todas as regiões do município.

“A Sesau esclarece que não há distribuição de fichas por público alvo. Todos que estiverem incluídos nesta população prioritária serão atendidos sem distinção. Não existe limitação, mas sim poucas quantidades de doses da vacina, diz a secretaria, que informou ainda que, em relação às aglomerações, a Guarda Municipal estará orientando as pessoas nas filas a manterem a distância recomendada de pelo menos 1 metro.

Nas escolas, o horário de atendimento ao público-alvo da vacina será das 8h às 12h. Nos postos de saúde do interior o horário de vacinação será das 08h às 13h. Na sede as unidades de saúde seguirão funcionando em horário normal de atendimento.

Já a Secretaria de Saúde de Petrolina emitiu um comunicado informando que já está em contato com o governo do estado para o envio do novo lote da vacina contra a gripe, já que também só recebeu 19% do quantitativo (16.670 doses) para essa primeira fase da campanha.

“Apesar da falta temporária dos insumos, a prefeitura garante que todos que integram o grupo prioritário – idosos e trabalhadores de saúde – serão vacinados no prazo da campanha”, garantiu a secretaria. Toldos foram instalados em algumas unidades para evitar aglomeração dentro dos postos. As unidades atendem das 7h às 17h na zona urbana, e das 8h às 13h na zona rural.

Para a vacinação é necessário que os idosos apresentem um documento oficial com foto e caderneta de vacinação (caso tenha). Já os profissionais de saúde devem levar a carteira de registro do Conselho de Classe, espelho do contracheque ou outro documento que comprove vínculo.

Campanha

Neste ano a campanha foi antecipada para proteger, de forma adiantada, os públicos prioritários contra os vírus mais comuns da gripe. A vacina não tem eficácia contra o coronavírus, porém, neste momento, segundo o Ministério, vai auxiliar os profissionais de saúde na exclusão do diagnóstico para coronavírus, já que os sintomas são parecidos, além de reduzir a procura por serviços de saúde.

Esta será a 22ª campanha e acontece no período de 23 de março a 23 de maio, tendo o dia 9 de maio como o dia D de mobilização nacional para vacinação. Serão realizadas mais duas etapas em datas e para públicos diferentes, alcançando cerca de 67,6 milhões de pessoas em todo o país. Dividido em fases, a vacinação será administrada com o seguinte cronograma:

– 23/03: 1ª fase – Idosos (60 anos ou mais) e trabalhadores da saúde;

– 16/04: 2ª fase – Professores das escolas públicas e privadas, profissionais das forças de segurança e salvamento, portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais;

– 09/05: 3ª fase – Crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes, mães no pós-parto, povos indígenas, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas, população privada de liberdade, funcionários do sistema prisional e adultos de 55 a 59 anos de idade.

A meta é vacinar, pelo menos, 90% de cada um desses grupos, até o dia 22 de maio. Para isso, foram adquiridas 75 milhões de doses da vacina, que já foram enviadas aos estados.

Da Redação

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