Em live com deputado Zó, médica juazeirense defende médicos formados no exterior

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(foto: divulgação)

Em live realizada nas redes sociais nesta sexta-feira (12), o deputado estadual Zó (PCdoB) conversou com drª Rosita Emanuella sobre os médicos formados no exterior. Formada na Bolívia e filha de Juazeiro, no Norte da Bahia, ela é médica em Saúde da Família e atuou no Programa Saúde da Família (PSF) do município por três anos, pelo programa Mais Médicos.

O parlamentar lembrou que cerca de 15 mil médicos brasileiros graduados no exterior estão enfrentando dificuldade para revalidar seus diplomas, justamente no momento em que o Brasil precisa de mais médicos para salvar a vida de milhões de brasileiros que sofrem com a pandemia do novo coronavírus.

“O Consórcio Nordeste [formado pelos nove governadores nordestino] avançou criando a Brigada e outros estados já contrataram muitos profissionais formados no exterior. O governo federal precisa entender a importância de acelerar a revalidação dos diplomas dos nossos formados”, defendeu Zó.

“É ruim estarmos privados de exercer a nossa profissão. Pela legislação, os diplomas de graduação no exterior serão convalidados pelo Revalida [exame nacional para revalidar os diplomas], respeitando acordos e normas internacionais”, explicou a médica.

Rosita Emanuella esclareceu ainda que as universidades públicas, através do Ministério da Educação, tem autonomia para a revalidação, e não o Conselho Federal de Medicina (CFM), que tem criado dificuldades para os formados fora do Brasil. “A UFMT, por exemplo, tem o seu próprio método de revalidação de diplomas, mas paga até R$ 100 mil para revalidar”, pondera. A médica atualmente trabalha na Secretaria de Saúde do Paraná.

CONSÓRCIO NORDESTE E CFM

Zó pediu que Rosita falasse do avanço feito pelo Consórcio Nordeste. “O Consórcio criou a Brigada Especial de Saúde, para reforçar as equipes de saúde no combate ao novo coronavírus. Seu objetivo é multiplicar o número de profissionais em campo, contratando por seis meses estudantes, médicos formados no exterior e voluntários para atuarem na prevenção e assistência à população”, disse.

Ela falou da atuação dos contratados e do problema criado pelo CFM. “Os profissionais atuarão na atenção básica, na prevenção e contenção da doença nos primeiros sintomas, para evitar o colapso do sistema de saúde nos estados e municípios. Acontece que o CFM tem criado problemas, inclusive tendo publicado nota contra os governadores e essa boa iniciativa, além de questionar a nossa formação acadêmica”, criticou.

A médica também lembrou dos governos que contratam profissionais que já trabalharam no Mais Médicos, mas são impedidos de atuarem por liminares da Justiça.

MUITAS VAGAS, POUCOS MÉDICOS

Na conversa, dra. Rosita destacou que o governo abriu vários editais, com muitas chamadas, mas grande parte dos médicos formados no Brasil não se apresentaram. “Eles não querem ir para áreas distantes, em especial cidades do interior e zonas rurais. Na quinta chamada, por exemplo, foram 1.800 vagas, mas apenas 150 ocupadas”, pontuou.

A profissional falou do orgulho de vestir a camisa da medicina para atender a população. “Ficamos acordadas de madrugada para ver os editais e nos inscrevermos. Ai, vem mais dificuldade, com os valores cobrados para o Revalida chegando a R$ 3 mil, e nem todo mundo pode pagar”, destacou.

No final, o deputado Zó reforçou o seu compromisso de contribuir nessa luta junto com os profissionais de saúde. “Vi o empenho e a dedicação dos médicos cubanos e dos brasileiros formados no exterior. Os governadores do nordeste estão de parabéns pelas iniciativas e nossa população não pode pagar por essa incompreensão do governo federal e do CFM”, enfatizou.

Da Redação

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