
O novo coronavírus já interrompeu até esta quarta-feira (29) mais de 88 mil vidas só no Brasil. A pandemia pegou o país com sérios problemas na rede pública de saúde e a ameaça de colapso em algumas cidades assombrou a classe médica e a população. A falta de leitos, principalmente de UTIs aumentou o sofrimento de pacientes com complicações da infecção e há diversos relatos de que pessoas morreram por falta de atendimento em unidades de terapia intensiva, outras sequer chegaram a um hospital e morreram em casa.
Com ou sem ajuda dos Governo Federal e Estaduais, muitos municípios tiveram que correr contra o tempo para estruturar, minimamente, sua rede de saúde, e passados mais de quatro meses de pandemia no Brasil, o sistema apresenta sinais de fragilidade.
Porém, a busca emergencial por maior estrutura no atendimento aos pacientes com a Covid 19 poderá deixar um legado importante para a rede de saúde, pós pandemia. Pela primeira a queda do número total de leitos de internação existentes no SUS, que vinha acontecendo nos últimos dez anos, foi interrompida e um crescimento foi registrado.
Segundo dados do Conselho Federal de Medicina, entre fevereiro e junho deste ano, foram abertos 22.810 leitos de internação na rede pública. Com isso, o total passou de cerca de 294 mil a 317 mil.
O município de Juazeiro, no Norte da Bahia, por exemplo, contará com 50 novos leitos de UTI e 110 novos leitos intermediários.
Ainda nesta semana, 10 novos leitos de UTI serão abertos no Hospital Regional de Juazeiro, que já conta com outros 10 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo em funcionamento. Durante uma entrevista realizada hoje, o Governador Rui Costa informou que a abertura dos novos leitos deveria ter acontecido na segunda-feira (27), porém a administração da unidade vem enfrentando dificuldades para contratação de novos médicos.
Em agosto, serão abertos mais 20 leitos de UTI na Unidade de Oncologia/Unacon. Já no Hospital Promatre, ao todo,foram abertos 10 novos leitos de UTI para pacientes adultos e 20 de enfermaria. Além disso, a UPA, que dispõe de 8 leitos equipados com respiradores e monitores cardíacos e mais 12 leitos intermediários, vai ganhar 30 novos leitos intermediários.
A cidade também vai contar com o Hospital de Campanha, que começou a ser montado no último sábado (25) e vai contar com 40 leitos intermediários, podendo, futuramente, ser ampliado para até 60 leitos. Mas vale ressaltar que a unidade será provisória.
Essa ampliação na rede de saúde também reflete na taxa de ocupação de leitos destinados para o tratamento da Covid-19. De acordo com a Secretaria de Saúde de Juazeiro, no sábado a ocupação de leitos de UTI na rede PEBA, que atende pacientes de Juazeiro e outras 52 cidades, caiu para 78%. De acordo com o Prefeito Paulo Bomfim, com a abertura dos novos leitos no HRJ, esse percentual deve chegar a 70%. Na segunda semana de julho, este percentual chegou a 98%.
Outo dado que influencia diretamente na taxa de ocupação de leitos é a demanda por internamentos. E de acordo com o último boletim da SESAU, o número de pacientes do município de Juazeiro-BA, internados com a Covid 19 vem caindo nos últimos dois dias, em comparação aos dados dessa segunda-feira (27).
Hoje, 33 pacientes da cidade estão internados, sendo 13 em leitos de UTI e 20 em leitos intermediários. Na segunda (26), Juazeiro tinha 41 pacientes da cidade internados com a Covid-19, destes, 18 estavam em leitos de UTI e 23 em leitos intermediários.
De acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde, até o momento, 2.550 moradores da cidade já foram infectados, sendo que 60 foram a óbitos e 971 já estão recuperados.
Da Redação