(foto: André Luis)
Um projeto de tese de doutorado que pretende analisar o processo migratório em direção à polos regionais no Brasil, está fazendo um estudo de caso sobre as cidades de Juazeiro, no Norte da Bahia, e Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Para o desenvolvimento da pesquisa, a pesquisadora Taís Gonçalves Neto Costa lançou um questionário que é destinado às pessoas que vieram de outras cidades, inclusive de fora do país, mas que hoje moram no Vale do São Francisco – clique aqui e acesse o questionário.
Mineira de Belo Horizonte e residente há três anos em Portugal, Taís Costa desenvolve a pesquisa no Doutoramento em Migrações do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa (ULisboa), onde é bolseira (bolsista) pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia de Portugal (FCT), sob orientação da Professora Lucinda Fonseca. A pesquisadora é bacharel em Ciências Socioambientais pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Mestre em Geografia pela mesma instituição.
A escolha das cidades que desencadearão o estudo partiu da análise de dados sobre os municípios que se enquadram no conceito geográfico de polos regionais – aqueles que apresentam relevante influência na rede urbana do país, atrás das metrópoles em termos de hierarquia urbana. São municípios que têm grande importância no contexto regional, pois centralizam atividades ligadas as mais diferentes áreas, como comércio, serviços, indústria, agricultura, etc.
A análise foi feita a partir de dados dos últimos recenseamentos demográficos e dos estudos sobre Regiões de Influência das Cidades (REGIC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além de Juazeiro e Petrolina, no Vale do São Francisco, as cidades de Itajaí e Balneário Camboriú, em Santa Catarina, também fazem parte da pesquisa.
“Selecionei os municípios que apresentaram dados mais atrativos para o desenvolvimento de um estudo de caso. Os polos regionais selecionados foram a área de concentração populacional que envolve os municípios de Petrolina e Juazeiro, na região Nordeste, e também a área de concentração populacional que envolve os municípios de Itajaí e Balneário Camboriú, na região Sul. Procurei selecionar polos em regiões diferentes do país para representar as particularidades de cada região e como elas podem ou não influenciar para a atratividade e retenção migratória”, diz a pesquisadora.
Taís Costa chegou a vir à região em março, porém, devido a pandemia do novo coronavírus precisou suspender a pesquisa in loco. Diante disso, decidiu fazer a aplicação de um questionário online, através de redes sociais. O questionário é anônimo e as respostas serão utilizadas apenas para fins acadêmicos, sendo salvaguardado sempre o sigilo estatístico e a proteção dos dados, a fim de enriquecer o estudo – confira a página do Doutoramento.
O foco do questionário é recolher dados de pessoas com mais de 18 anos que residam em Petrolina-PE, Juazeiro-BA, Itajaí-SC ou Balneário Camboriú-SC e que já moraram em pelo menos outro município do Brasil (diferente dessas cidades que residam hoje) ou outro país.
* Taís Gonçalves Neto Costa tem Licenciatura em Ciências Socioambientais pela Universidade Federal de Minas Gerais (2011-2014 (Bolsista Pronoturno)). Mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2015-2017 (Bolsista CAPES)). Cursa o Doutoramento em Migrações pela Universidade de Lisboa (2017-atualmente (Bolsista FCT)). Participa como investigadora no Centro de Estudos Geográficos do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa. Participou do grupo de pesquisa “Processos espaciais e sócio-ambientais: análise urbana e regional e dinâmica populacional”. Participou de iniciação científica voluntária no projeto de pesquisa sobre Valorização do Espaço Urbano e Segregação Social em Belo Horizonte no Instituto de Geociências da UFMG (2013-2014).
Da Redação por Thiago Santos
