Projetos resgatam enxames de abelhas que oferecem risco à população em Juazeiro e Petrolina

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As populações das cidades de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, e de Juazeiro, no Norte da Bahia, têm acompanhado, nos últimos dias, situações envolvendo ataques de abelhas em regiões centrais das cidades. Essa “invasão” das áreas urbanas têm uma explicação: é que as abelhas estão em período de reprodução, o que acontece sempre após o período chuvoso, e sem as áreas naturais, elas acabam procurando outros espaços onde possam se reproduzir.

Uma explicação para essa situação é o desmatamento, e, consequentemente, a destruição de locais naturais. Na falta desses espaços para se reproduzirem, elas migram para outros locais. A quantidade de alimentos encontrados na cidade e a proximidade com o rio facilitam essa migração. Esses novos enxames se alojam principalmente dentro das casas e quintais, beirais de edificações, postes de iluminação pública, ocos de troncos de árvores, fendas em muros e paredes.

Os ataques das abelhas também têm uma explicação. Elas costumam agir motivadas por algum estímulo externo. Quanto maior o movimento, mais irritadas elas ficam. Dessa forma, as áreas centrais das cidades são favoráveis a esses ataques. Em um recente, na segunda-feira (14), um idoso de 71 anos morreu após receber dezenas de picadas durante um ataque dos animais no Centro de Petrolina. Especialistas consideram ainda que o calor também deixa as abelhas mais agitadas e agressivas.

Com o surgimento cada vez mais frequente de enxames, é preciso procurar ajuda especializada para recolher as abelhas e evitar novos acidentes. Em Petrolina, a população pode entrar em contato com o projeto SOS Abelhas, que nasceu em 2018, através de uma parceria entre a Prefeitura Municipal e outras instituições do município, como o Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna), o Corpo de Bombeiros, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), a Associação de Criadores de Abelhas do Município de Petrolina (Ascamp), entre outras.

A solicitação de retirada das abelhas pelo projeto ‘SOS Abelhas’ pode ser feita através do telefone do CCZ, (87) 3867-4774, ou do Corpo de Bombeiros, (87) 9 8877-2497.

Já em Juazeiro, esse trabalho é feito pelo Projeto Abelha Viva e em parceria com o 9º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM). Criado em 2014, tem evitado que centenas de enxames de abelhas sejam exterminados na região do São Francisco. Hoje o projeto conta com o apoio de varias associações de apicultores, através do trabalho voluntário de Lícia Lopes. O contato pode ser feito através do telefone (74) 988078757 ou 193, do Corpo de Bombeiros.

A remoção das colmeias é realizada, geralmente, no turno da noite, pois é quando as abelhas se concentram no abrigo. Após serem capturadas, as abelhas são levadas para os apiários.

(foto: reprodução/internet)

Importância

As abelhas convivem em um sistema bastante organizado. Em cada colônia existem cerca de 80 mil delas, sendo uma única rainha, que põe ovos férteis, centenas de zangões, machos que vivem para fecundar a rainha, e o restante são as chamadas operárias. As abelhas que possuem ferrão são as fêmeas, porém somente as operárias ferroam, cabe a elas a função de defender a colônia contra qualquer ameaça.

“Elas possuem uma função fundamental para o planeta, são elas as responsáveis pela polinização, que é o processo que garante a produção de frutos e sementes e a reprodução de diversas plantas, sendo um dos principais mecanismos de manutenção e promoção da biodiversidade na Terra. A polinização é realizada também por pássaros, vespas, borboletas, entre outros, porém são as abelhas os agentes mais adaptados e eficientes, sendo dessa forma os mais importantes no processo de polinização”, explicou Lícia Lopes em uma postagem em uma rede social.

Crime

A Lei 9605/98 (Lei dos Crimes Ambientais), considera crime ambiental o extermínio de abelhas. O artigo 29 diz que: “Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida”, e prevê pena com detenção de seis meses a um ano, e multa.

Cuidados

– Caso visualize um enxame de abelhas em seu quintal, jamais tente fazer a remoção por conta própria, se afaste e ligue imediatamente para o telefone de emergência 193;

– Atenção redobrada com as crianças e os idosos. Oriente seus filhos para que não brinque próximo ao enxame e não jogue nenhum objeto nas abelhas;

– Afaste os animais domésticos do enxame, qualquer barulho que eles façam, poderá irritá-las e desencadear um ataque;

– Abelhas não gostam de barulho, se for realizar algum trabalho que necessite utilizar máquinas barulhentas ou usar equipamentos motorizados, faça uma inspeção cuidadosa do local e tenha certeza de que não exista nenhum enxame próximo;

– Ao se deparar com um enxame de abelhas em deslocamento, abaixe-se e se perceber que será atacado, corra, preferencialmente em zigue-zague;

– Caso seja atacado, proteja das picadas o pescoço e o rosto, com a ajuda de uma camiseta ou outra vestimenta;

– Pessoas comprovadamente alérgicas devem evitar caminhadas em locais próximos a matas;

– Mantenha a calma, não faça movimentos bruscos perto do enxame, evite bater nas abelhas, afinal, elas têm o instinto natural de defender as colmeias, e certamente irão atacar caso identifiquem alguma ameaça.

*com informações do G1

Da Redação por Thiago Santos

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