Em Carta Aberta enviada à Secretaria de Saúde de Petrolina, um grupo de mulheres lactantes se mobilizou visando à inclusão destas mães nas prioridades da vacinaçãocontra a Covid-19. Confira abaixo os motivos para o pleito:
“Somos representantes do movimento Lactantes pela Vacina em Petrolina. O ‘Lactantes pela Vacina’ surgiu após a mobilização de mães nas redes sociais, visando à inclusão das lactantes nos grupos prioritários de vacinação da COVID-19. O nosso objetivo é que todas as lactantes, com ou sem comorbidades, e independentemente da idade de seus bebês, sejam vacinadas de forma prioritária. Há diversos estudos científicos que indicam que as mães vacinadas contra a COVID conseguem passar a proteção aos seus bebês por meio do aleitamento materno. Os benefícios são imensuráveis, primeiro porque com uma dose de vacina, duas pessoas são imunizadas: a mãe e o bebê. Segundo porque é alta a mortalidade de bebês nesta pandemia. Por isso, proteger nossos bebês petrolinenses é uma medida urgente.
Estamos entrando em contato com a senhora Magnilde Albuquerque para que nós possamos articular a inserção das lactantes no calendário municipal de imunização contra a Covid-19. Na última terça-feira (25), o vereador Gilmar Santos protocolou requerimento na Câmara de Vereadores a fim de incluir as lactantes na vacinação, sendo aprovado por unanimidade dos vereadores presentes na sessão. Houve também na cidade do Recife um requerimento protocolado por Liana Cirne. Hoje houve na ALEPE votação de dois requerimentos e dois Projetos de Lei de autoria dos deputados neste mesmo sentido (Tony Gel e Teresa Leitão e João Paulo Costa e Gleide Angelo, respectivamente.)
Diante desse contexto gostaríamos de sensibilizar o Prefeito Miguel Coelho para inserir as lactantes na vacinação em Petrolina. Seguem dados importantes que embasam o pedido das Lactantes de Petrolina:
1) O Brasil é recordista em óbitos infantis tendo por causa a covid-19;
2) Não há recomendação de uso de máscaras por crianças pequenas, segundo a SBP e OMS, devido ao risco de asfixia;
3) Inobstante o número de óbitos, o Brasil é carente em leitos de UTI infantil e a realidade do Vale do São Francisco é ainda mais dramática, pois não há vagas para crianças em UTI covid na região;
4) Diante da impossibilidade de implementar com segurança a principal medida protetiva (uso de máscaras) e da total ausência de leitos, caso haja o contágio e agravamento é imperioso assegurar a imunização de crianças pequenas;
5) Não há vacinas disponíveis para essa faixa etária. Contudo, estudos demonstram que a imunização de lactantes permitem o surgimento de anticorpos e a proteção das crianças que mamam através do leite materno;
6) A OMS recomenda amamentar até 2 anos ou mais;
7) O ECA assegura a prioridade de atendimento às crianças nos serviços de saúde, especialmente neste caso é patente a vulnerabilidade, considerando todas as razões acima levantadas;
8) Além disso, não se trata de grupo sobremaneira numeroso vez que a regra é que a amamentação no país dure apenas 60 dias, em média;
Por fim, é primordial ressaltar a vantajosidade de se aplicar a medida de priorização porque anticorpos podem passar através do leite materno (na prática, 1 só dose de vacina tem potencialidade de imunizar 2 indivíduos – mãe e lactente). Assim, priorizar a vacinação de lactantes, independente da idade da criança amamentada, é medida que se impõe na árdua luta de combate à covid no Brasil e para sairmos da situação calamitosa de recordista em mortes na infância tendo por causa a pandemia do coronavírus.”
Ascom