Sem convênio, licitação ou processo seletivo: suspeitas de irregularidades no fornecimento de refeições da Prefeitura de Juazeiro para policiais militares

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O jornalista paulista Reinaldo Azevedo cunhou a sigla “ICI” para designar uma série de coincidências que podem estar escondendo atos ilegais. O Índice de Coincidências Incríveis pode ser aplicado ao acordo de fornecimento de refeições, pela gestão Suzana Ramos, a policiais militares que atuam nos distritos da zona rural de Juazeiro.

Tudo começa com a notícia divulgada em um  blog situacionista da cidade. Na matéria, o comunitário Robério Mota celebra a parceria que garantiria o fornecimento de alimentação aos policiais. Na foto, ele aparece ao lado da prefeita Suzana Ramos e do tenente PM Daniel Filho.

 

O texto narra: “Desde o ano passado que o comandante da 74ª CIPM Rural tem lutado para conseguir uma cozinheira, a fim de atender ao Posto Policial (DPM), sem sucesso. Assim que tomou conhecimento do fato, Berinho Mota agendou uma reunião com o comandante do Destacamento, o Ten PM Daniel Filho, e depois com a prefeita Suzana Ramos, que autorizou a contratação de uma cozinheira para atender aos policiais”.

Ocorre que atos desta natureza precisam ser firmados em documentos oficiais. Eles não seriam ilegais se estabelecidos em convênio, com transferência de recursos e critérios de prestação de contas. A contratação direta de cozinheiras seria possível desde que respaldada em processo seletivo com finalidade declarada.

Mas parece que o “jeitinho brasileiro” foi usado para burlar os caminhos legais. No texto inicialmente publicado no blog de um bombeiro militar, o nome de Ivone Marques aparecia como a responsável por garantir a refeição dos militares. Um dia depois, porém, o blog editou a matéria e retirou o nome da cozinheira.

Coincidentemente, Ivone foi nomeada no último dia 5 de julho para o cargo de Diretora II, com DAS 6 e salário de R$ 4.000,00. Outra “coincidência” é que Ivone é dona de um restaurante em Maniçoba, região onde atua o líder comunitário e suplente de vereador conhecido como “Berinho”. O perfil do restaurante no Instagram aparece sem publicações.

 

Segundo denúncias recebidas pelo Preto no Branco, a prática estaria se repetindo em outros distritos. Em Abóbora, comunidade bem menos populosa e com destacamento menor de policiais, moradores informam que a responsável pelo fornecimento das refeições é Aguida Maria do Nascimento. “Coincidentemente”, Aguida foi nomeada no mesmo dia que Ivone, mas com remuneração inferior: R$ 1.689,00.

Em Juremal, terra de Suzana Ramos, a responsável pelas refeições seria Sabina Xavier Lauriano. Ela também foi nomeada pela prefeita no dia 5 de junho, com DAS-9 e remuneração de R$ 2.250,00.

 

Como se vê, o Índice de Coincidências Incríveis aponta para fortes suspeitas de que as nomeações estão sendo usadas para o fornecimento das refeições sem convênio, licitação ou processo seletivo. Portanto, indícios de irregularidades que deverão ser apuradas pelo Ministério Público da Bahia.

Estamos enviando a notícia para o MPBA.

Da Redação

 

2 COMENTÁRIOS

  1. Isso é dor de cotovelo de Gildasio porque tá vendo que a prefeita tá atendendo as reivindicações de Berinho Mota. É vereador, parece que o querido queridinho da prefeita Suzana, em Maniçoba, não é você.

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