Juazeiro: “Qual a segurança que eles vão nos oferecer?”, pergunta aluna do Colégio Modelo que diz temer retorno das aulas presenciais

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(foto arquivo)

 

 

Apesar do Governo da Bahia ter autorizado o retorno das aulas presenciais na escolas estaduais, muitos alunos e professores do Ensino Médio não retornaram à sala de aula nesta segunda-feira (26), em Juazeiro, Norte do Estado.

Além da resistência da APBL-Sindicato, que considera a decisão de Rui Costa como “irresponsável”, já que nem todos os profissionais de educação estão imunizados contra à covid 19, os alunos e seus responsáveis também não se sentem seguros para o retorno.

Elson Campos, por exemplo, pai da aluna Laura Campos, do Colégio Luiz Eduardo Magalhães, declarou ao PNB que não concorda com a obrigatoriedade imposta pelo governo para o retorno dos alunos às escolas.

“Minha filha estuda no colégio modelo e não concordamos com a volta às aulas antes dos estudantes também serem vacinados. Ao questionar a escola sobre uma postagem no seu instagram oficial, que dizia ser obrigatória a presença dos estudantes nas aulas presenciais, recebi um resposta fria e sem argumentos. A escola respondeu as indagações tão sérias com apenas três frias palavras, conforme consta no print abaixo “, criticou.

Elson chamou a atenção ainda para os riscos que correm os alunos que dependem do transporte coletivo para chegarem até as escolas.

“Minha filha está em casa, sem sair, se protegendo. E agora, ela terá que entrar em um ônibus lotado, enfrentar aglomeração flagrante no transporte coletivo de Juazeiro, que não segue nenhum protocolo, para ir para a escola?”, questionou.

Também ao PNB, a estudante Laura Campos questionou quais as garantias de segurança que o governo e as instituições de ensino darão aos estudantes que retornarem às escolas.

“Qual a segurança que eles vão nos oferecer? Aferir a temperatura e oferecer álcool gel na entrada das escolas não garante segurança para os alunos, até porque algumas pessoas não apresentam sintomas da doença. Colocar os alunos dentro de uma sala de aula, mesmo com número reduzido e janelas abertas não faz com que o vírus pare de circular pelo local, até porque são salas de aulas, locais fechados. Ou seja, se uma pessoa estiver contaminada, todos poderão ser infectados. Os professores, mesmo vacinados, também podem transmitir o vírus para os alunos, que ainda não estão vacinados. Então, o que queremos é que nós alunos também sejamos vacinados para só depois retornarmos as aulas presenciais”, declarou a aluna.

Ainda de acordo com Laura, muitos professores estão sendo solidários aos alunos e continuam dando as aulas de forma online

“A escola parou de ser um direito e passou a ser uma prisão, uma obrigação, ainda que seja um local de risco. Estão nos coagindo a voltar para as escolas, mesmo com medo”, finalizou.

Na próxima quarta-feira (28), de acordo com Gilmar Nery, diretor da APLB Sindicato, haverá uma reunião entre o  Governo do Estado da Bahia e a entidade que representa a categoria, onde o impasse deverá ser definido.

“Não houve diálogo. O governo impôs o retorno, sem ouvir a categoria. A comunidade escolar precisa se sentir segura para voltar as aulas presenciais, o que só é possível com a vacinação”, alertou.

Na semana passada, Gilmar Nery, em uma comunicação enviada ao PNB, convocou a categoria a não voltar as aulas presenciais.

“Quero aqui convocar a todos, a não atender a convocação irresponsável, de cima para baixo, sem discussão, sem diálogo, do governador que impõe que todos retomem as aulas presenciais neste dia 26, iniciando com o Ensino Médio, e no dia 8 de agosto, com o Fundamental. Professor merece respeito, como todos os trabalhadores da educação, os alunos merecem respeito, as famílias dos alunos merecem respeito. Nós não vamos atender esse chamado, porque nós temos responsabilidade e só voltaremos as aulas, assim que todos estivermos vacinados. Para tanto, a APLB convoca a sua categoria para, de mãos dadas, se unir a esta luta. Portanto, ninguém vai para a sala de aula na segunda feira”, declarou Nery.

O PNB também entrou em contato com o Núcleo Territorial De Educação do Sertão do São Francisco (NTE-10). Contrariando o que dizem alguns alunos, seus responsáveis e a APLB-Sindicato, o órgão informou em nota que “A aceitação da comunidade escolar vem sendo alta, e a presença dos estudantes na sala de aula é uma realidade, para além disso a classe de professores em sua maioria aderiram ao retorno semipresencial e as nossas unidades escolares vem funcionando normalmente com toda a rede de funcionários vinculados as escolas trabalhando presencialmente”.

Veja a nota na íntegra

O retorno das aulas semipresenciais na modalidade Ensino Híbrido em nossas unidades escolares vem acontecendo de forma organizada em relação aos cuidados com os protocolos sanitários, de biossegurança, alimentação e de infraestrutura que vem sendo modificada e adaptada durante a pandemia para o acolhimento desta nova fase do Ensino.

Entre as ações do acolhimento está a entrega dos kits de fardamento e máscara, as orientações para os estudantes em relação a disciplina de higienização e distanciamento e ampliação de 1 refeição a mais no cardápio diário das escolas, totalmente supervisionado por nossa nutricionista.

A aceitação da comunidade escolar vem sendo alta, e a presença dos estudantes na sala de aula é uma realidade, para além disso a classe de professores em sua maioria aderiram ao retorno semipresencial e as nossas unidades escolares vem funcionando normalmente com toda a rede de funcionários vinculados as escolas trabalhando presencialmente.

A equipe do Núcleo Territorial De Educação do Sertão do São Francisco NTE-10 está realizando a supervisão e acompanhamento presencial de todas as unidades escolares, para garantir a segurança sanitária, reforçar o acolhimento e promover uma escuta ativa de toda a comunidade escolar. Para mais informações acesse as redes sociais do NTE-10. (Ascom)

Da Redação Por Yonara Santos

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