“O erro já começou no parto”: após dias de espera por UTI Neonatal, morre um bebê nascido no Hospital Materno Infantil de Juazeiro

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A falta de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, no Hospital Materno Infantil de Juazeiro, no Norte da Bahia, vem sendo apontada como causa de mortes prematuras de crianças que precisam do suporte hospitalar. Nesta sexta-feira (30), o Portal Preto no Branco recebeu mais uma denúncia sobre o atendimento na unidade.

No último dia 20, a moradora de Juazeiro, Diana de Jesus Vieira, 21 anos, deu a luz ao seu primeiro filho. Porém, a criança que nasceu de 9 meses de gestação, estava com o cordão umbilical enrolado no pescoço e ficou sem oxigenação no cérebro, o que pode levar à morte de neurônios e resultar em danos cerebrais irreversíveis, segundo informou a família.

Apesar de precisar com urgência de uma UTI Neonatal, a criança morreu após cinco dias de espera por atendimento.

“O menino nasceu roxo, sem chorar e sem abrir os olhos. Deixaram ele na incubadora, aguardando uma vaga de UTI em uma unidade hospitalar de outro município, pois nem aqui em Juazeiro e nem em Petrolina tem esse suporte na rede pública. Ele só foi transferido no dia 25 para um hospital do município de Irecê. Porém, chegando lá, ele não resistiu. Demoraram muito para dá esse suporte ao meu sobrinho. Se aqui tivesse UTI, e se a regulação não tivesse demorado tanto, ele estaria vivo”, relatou a tia da criança, Edilane de Jesus.

Ainda de acordo com ela, a mãe do menino não tinha condições de ter um parto normal, pois a gravidez era de risco.

“O erro dos profissionais da maternidade já começou no parto. Forçaram para ela ter um parto normal, mesmo sem ela aguentar. Quanto mais ela fazia força para a criança sair, mas o cordão umbilical enforcava ele. O meu sobrinho voltou para casa com as mãos e pés todos furados e amarrados. Cadê você, prefeita Suzana? Não está vendo o que está acontecendo na maternidade? Queremos justiça”, finalizou Edilane.

Revoltado, um tio da criança gravou um vídeo mostrando como a família recebeu o recém nascido.

” O bichinho estava com a mãos e pés inchados, amarrados. Assim eu peguei ele. Vocês que têm filho, vamos tomar providências. Cadê você, prefeita? Cadê vocês, vereadores. Vocês têm que tomar providências. Muitos absurdos que acontecem no Hospital da Criança. A mãe não tinha mais forças para o parto normal. Mataram o menino lá. Vamos procurar nosso direito”, desabafou um tio da criança.

O PNB está encaminhando a reclamação para a Secretaria de Saúde.

Da Redação

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