“Está muito difícil para nós, mães de crianças com demandas extras”: moradoras de Juazeiro continuam cobrando que a Secretaria de Saúde cumpra decisões judiciais na oferta de medicamentos e insumos para os filhos

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Mães de crianças com deficiência que residem em Juazeiro, no Norte da Bahia, estão enfrentando dificuldades que vão além dos cuidados com os filhos. Apesar de terem ordens judiciais que garantem a entrega de medicamentos e insumos, de forma gratuita, através da Secretaria de Saúde, essas famílias sofrem com a falta dos materiais.

“Sou mãe de criança, uma menina de 8 anos, diagnosticada com uma síndrome rara, a Sanfilippo 3b. Essa doença é degenerativa e se agrava ao longo do tempo. Tenho o direito de receber medicamento de uso contínuo e insumos pela SESAU, mas só estão fornecendo as fraldas descartáveis e lenço umedecido. Estão faltando coisas básicas, como pomada. Também estou há 10 meses sem receber leite, e há três meses sem receber o remédio que minha filha precisa. Fui a SESAU em busca de resposta e me disseram que a medicação deveria chegar hoje, mas até agora nada. A desculpa vai ser a de que estavam em processo de licitação e só agora conseguiram. E se disser que é mentira, tenho como comprovar”, reclamou a moradora Carla Lima.

Ainda de acordo com ela, outras mães estão enfrentando a mesma situação.

“Está muito difícil para nós, mães de crianças com demandas extras. Tem famílias que estão há seis meses sem receber o suplemento das crianças, que é uma alimentação. Está uma verdadeira bagunça. Nós mães não aguentamos mais promessas, queremos resultados e que a gestão cumpra a palavra uma vez dada. É um direito nosso”, finalizou.

O PNB encaminhou a reclamação para a Sesau. Em resposta, o órgão informou que está aguardando a “entrega da medicação por parte do fornecedor ainda nesta sexta-feira (12), como já informado à mãe. Quanto ao leite, a Secretaria de Saúde já solicitou ao fornecedor, mas o material ainda não foi entregue e, devido a isso, a empresa fornecedora poderá ser notificada”.

Outro caso

Desempregada e com um bebê de apenas 4 meses, com paralisia cerebral grave, a jovem Klécia Vitória, 20 anos, também procurou o PNB para reclamar que está enfrentando dificuldades para ter acesso a medicamentos e insumos junto à Secretária de Saúde do município. De acordo com ela, a entrega mensal dos materiais também foi determinada por decisão judicial.

“Meu filho Ângelo Benjamin faz uso de sonda e é traqueostomizado. Entrei com uma ação no Ministério Público e na Defensoria pública. A justiça determinou a liberação mensal de aparelho de aspiração, nebulizador, sonda de aspiração, luva estéril, soro, látex, micropore, gazes, seringa, leite e fralda, pela SESAU. Porém, quando chego na Secretária de Saúde pra pegar os materiais, sempre me informam que está em falta. Hoje Ângelo Benjamim está com 4 meses e 6 dias, e durante esse período deram os materiais faltando. Tem a ordem aprovado pelo juiz, mas a gestão não está obedecendo a decisão. No momento não estou empregada, e o pai da criança também não. Nossa família que está se reunindo para nos ajudar a comprar os materiais que ele precisa diariamente”, declarou.

Até o momento a Sesau não se manifestou sobre o caso.

Da Redação PNB

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