Secretária de Educação de Juazeiro presta queixa na Delegacia de Polícia, contra professor da rede municipal, que rebate: “Esta é uma forma de intimidar, de amordaçar”

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Em contato com o Portal Preto No Branco, o professor da rede municipal de Juazeiro, Agnaldo José, se disse indignado com uma intimação que recebeu na última sexta-feira (28), para comparecer à Delegacia de Polícia na próxima quarta-feira (2).

De acordo com o professor, a Secretária de Educação, Normeide Carvalho, foi a autora do Boletim de Ocorrência que acusa Agnaldo José de ter cometido “injúria contra funcionário público, em razão de suas funções”. O documento aponta que o local do fato teria sido o Raport Hotel, onde ocorreu a Conferência Municipal de Educação, no dia 15 de dezembro último.

A gestora disse no depoimento que  “há 3 meses vem sofrendo injúria com palavras como mentirosa, caloteira inimiga da educação por parte do professor”, e que “ele vive injuriando-a nas redes sociais instagram, facebook expondo a vitima com fotos e fazendo acusações de que ela não honra os seus compromissos com a educação, e que a comunidade também se sente perseguida por Agnaldo, posto que ele vai em todos os eventos específicos da educação, em que a comunidade está, inclusive o ultimo fato se deu no dia 15 de dezembro, no Raport Hotel, numa Conferência Municipal de Educação, quando ele interferiu na realização do evento”, diz o BO.

Ao PNB, o professor Agnaldo José nega as acusações de ofensa à honra e assume que faz críticas a gestão de Normeide Carvalho na educação municipal, o que é um “direito seu como cidadão”, já que a secretária é um ente público.

“Em princípio eu tomei um susto quando soube da intimação, porque foi minha mãe que recebeu, e ficou nervosa, me perguntando se eu tinha me envolvido em alguma briga. A intimação vinha da Delegacia da Mulher e eu fui imediatamente ao órgão para saber quem estava me acusando de alguma agressão contra a mulher, coisa que eu não pratiquei. A agente me pediu para aguardar e quando voltou trouxe outra intimação, dizendo que havia sido feita uma correção e que eu seria ouvido na 17 Corpin. Quando eu li o documento vi que era da Secretária de Educação de Juazeiro. Até aí eu não tive nenhum tipo de surpresa. O que esperar de uma pessoa que não aceita crítica, que não aceita nenhum tipo de manifestação, ou seja estão querendo criminalizar os movimentos sociais, as manifestações contrárias”, contou Agnaldo.

O professor rebateu alguns pontos das acusações que recaem sobre ele.

“Ela alega ainda que eu eu marco ela nas páginas das redes sociais, e eu marco mesmo. Quando tem alguma notícia a referente a educação, eu marco, questionando se ela vai fazer o mesmo aqui em Juazeiro. Isso não é ataque, estou reivindicando um direito. Isso não é nenhum ataque pessoal, nem crime contra honra de ninguém. Ela é pessoa pública. Disse que eu estou presente em todos os eventos da Secretaria Educação, o que não é verdade. Só participei de dois, da Audiência e da Conferência, e se eu quiser participar é um direito meu, se eu quiser me manifestar também posso, desde que seja uma manifestação pacifica. Posso usar uma camisa, levar um cartaz, posso participar, inclusive, com criticas, este é um direito de todo cidadão”, afirmou.

O professor considera a ação da secretária Normeide Carvalho como uma forma de intimidação.

“Esta é uma forma de intimidar, de calar, de amordaçar para que as pessoas não tenham mais o direito de ir às ruas fazer ato público, manifestações contra a gestão. Em nenhum momento eu faltei com respeito a ela. Nunca a chamei de caloteira, e isso ela não terá como provar. No dia da Conferência de Educação eu não atrapalhei o evento, como ela me acusa. Eu compareci como professor da rede municipal que sou, e se eu tivesse atrapalhado estaria registrado em ata, e não está. Quem participou sabe que não houve nada disso. O que houve foi um cartaz que eu levei repudiando a perseguição à secretária escolar Rose, que sofreu retaliação após participar de uma manifestação pelo pagamento do rateio do Fundeb e do Auxílio Tecnológico que a Seduc não pagou. Ela ficou com rancor e prestou este BO pra ver se me intimida alegando, inclusive, que eu chamei ela de caloteira, coisa que eu nunca chamei. Alegou também que eu chamei ela de inimiga da educação, e quando eu falo isso, é porque ela não está sendo cumprindo aquilo que de fato nos gostaríamos que estivesse sendo cumprido. Pessoalmente eu não tenho nada contra ela e nem contra a prefeita, a quem eu dei meu voto na eleição”, finalizou o professor.

Redação PNB

 

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