“Kiev é aqui. Guerra fria. A Praça da Bandeira está sendo destruída”, por Jaime Badeca de Oliveira Filho

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Estamos acompanhando a Guerra entre a Rússia e a Ucrânia, com destruições, boicotes e sanções econômicas, disparada nos preços dos combustíveis e perspectivas sombrias, além de testemunharmos os horrores e tragédias humanitárias decorrentes da insanidade e impetuosidade bélicas e armamentistas.

Feitas as contextualizações e guardadas as devidas proporções, aqui em Juazeiro, no coração da cidade, estamos assistindo à destruição da Praça da Bandeira pela atual gestão. De concepção e autoria do Dr. Cleber Ribeiro, um dos mais brilhantes arquitetos deste País, o espaço foi projetado para receber grandes massas populares, com pavimentos, bancos e brinquedos de alta resistência, sendo ali, sobretudo, área de escape dos circuitos oficiais do carnaval, onde se instalam bandas fixas e também acolhendo concentrações religiosas em torno do Santuário de Nossa Senhora das Grotas, nos festejos de nossa Padroeira.

Todos esses equipamentos públicos precisam, periodicamente, de revitalização, remodelação, melhorias e recuperação de paisagismo, modernização de iluminação, pinturas, respeitando-se suas características originais, símbolos de uma época, de uma determinada quadra de sua história, em respeito aos direitos autorais arquitetônicos, bem como aos gestores que executaram, além de atenderem à necessidade, adequação, razoabilidade,
proporcionalidade, eficiência dos atos administrativos, evitando-se lesão às finanças públicas. Por que, ao invés de destruir uma bela Praça no centro da cidade não se construir outra nos bairros populares?

A Praça Imaculada da Conceição, popular e carinhosamente chamada de Praça da Bandeira, está sendo totalmente
modificada, ganhando os frágeis pisos intertravados e outros elementos meramente decorativos.

Fala-se muito, aqui em Juazeiro, que um Prefeito destrói o que o outro fez, buscando apagar e de forma hostil a memória do anterior, com ações de demolição. É verdade que o então prefeito que executou a praça que está sendo destruída e descaracterizada, fez o mesmo, lá atrás, neste mesmo espaço, que tinha um aspecto bucólico e outras características.

E neste espaço, também, se demoliu o antigo Fórum, em cujo entorno acompanhávamos por dias as apurações das eleições estaduais e municipais. Sem ainda nos recuperarmos do trauma passado, eis que vem a atual gestão e destrói o que se tornou um espaço homogêneo e integrado entre três calçadões, o do Santuário e das duas praças originais, uma delas com uma ponte sobre um pequeno córrego.

A bem da verdade, apesar de ter ofendido o patrimônio histórico e arquitetônico e suas características originais, tornou-se uma praça capaz de abrigar grandes encontros populares e de beleza reconhecida. Fala-se, também, e bastante, nos cantos e recantos da cidade, numa “Guerra Fria” entre a atual gestora e o então prefeito que construiu a praça que está sendo destruída como uma das motivações para tamanha violência. Por essa ótica, a prefeita, em exercício arrogante e personalista de poder, estaria passando o seguinte recado: “olha, quem manda sou eu” e cometendo, em tese, improbidade administrativa. Inovação, atualização, revitalização, são importantes. Destruição é destruição, não tem outro nome.

Recentemente, num inusitado respeito ao patrimônio histórico e arquitetônico, tivemos a restauração e modernização da antiga Estação de Trem, hoje Estação do Saber, conservando as características originais daquele espaço e exemplo a ser observado.

Jaime Badeca de Oliveira Filho

1 COMENTÁRIO

  1. Cida amiga, que alegria saber das suas conquistas, sucessos. Que Deus pai da misericórdia possa sempre te abençoar. Isso, em frente. Felicidades querida. Vc
    merece. Um grande abraço. Rosy

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