O Brasil tem dois novos geoparques globais: o do Seridó, no Rio Grande do Norte, e o do Caminhos dos Cânions do Sul, entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O selo concedido pelo Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reconhece o patrimônio geológico de importância internacional. Antes, só o Araripe, também nordestino, representava o Brasil na rede. A chancela, dizem especialistas, tem potencial de atrair investimentos de pesquisa e conservação, e chamar a atenção de estudiosos e visitantes, além de facilitar o ingresso em editais internacionais.
O Geoparque Seridó tem 2.800 km² e está no semiárido nordestino. Entre os 120 mil habitantes da região, estão comunidades quilombolas. O local abriga uma das maiores reservas minerais de scheelita da América do Sul, além de fluxos de basalto da atividade vulcânica durante as Eras Mesozoica e Cenozoica. A região tem biodiversidade única, marcada sobretudo pela caatinga.
“Do ponto de vista financeiro, teremos maior facilidade na busca de editais nacionais e internacionais, sem contar as possibilidades de parcerias com universidades, setor público e privado”, comemora o coordenador científico do Parque do Seridó, Marcos Nascimento. Ele destaca ainda as pinturas e gravuras rupestres, que dão pistas sobre mais de dez mil anos de ocupação naquele território.
CÂNIONS
Já o Caminhos dos Cânions do Sul, com área de 2.830,8 km², é marcado pela Mata Atlântica. A região abriga mais de 74 mil habitantes, entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Os cânions dali, conforme a Unesco, foram formados há 180 milhões durante o desmembramento do supercontinente Gondwana. Naquela região, os habitantes pré-colombianos se abrigavam em paleotocas (cavidades subterrâneas escavadas pela extinta megafauna paleovertebrada).
Estadão