“Vamos ter que deixar nossas casas?”: vizinho que sofre de transtorno mental continua acumulando lixo na Quintino Bocaiúva, Juazeiro, e moradores cobram uma solução definitiva do MP e da prefeitura

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Moradores da rua Quintino Bocaiúva, centro de Juazeiro, continuam sofrendo com os transtornos causados por um lixão acumulado em frente a uma das residências do local. A situação que acontece há anos, já é de conhecimento dos poderes públicos, que foram acionados, mas não conseguem resolver o problema.

“Estamos vivendo um caso de calamidade pública, bem no centro da cidade. Em frente ao antigo Hospital Semec tem um lixão de décadas, fedido, com lavagem, e entre outros materiais que causam danos a nossa saúde. Queremos providências, queremos a retirada deste material urgente”, declarou uma moradora.

Os moradores relatam ainda que o lixo é acumulado por um morador, e apesar do caso já está no Ministério Público, até o momento nenhuma providência definitiva foi adotada.

“Ele (morador) já recebeu uma intimação do Ministério Público. Já foi um familiar dele lá no Ministério saber como resolver essa situação, mas a sensação que a gente tem quando chegar lá, é de que não está tendo muito interesse do poder público em resolver a situação. O Ministério Público fica jogando a responsabilidade para a Vigilância Sanitária e a Vigilância joga para o MP. Fica nisso e nada é resolvido”, acrescentou outro morador.

Os moradores estão preocupados ainda com os casos de doenças provocadas pelo mosquito Aedes aegypti entre a vizinhança, e também atribuem a situação a um imóvel, onde funcionava o antigo Hospital Semec, que há anos está abandonado.

“Dentro do antigo Hospital Semec tem vários focos do mosquito. Muitos moradores estão com dengue e chicungunha aqui na rua. Várias pessoas que residem no entorno desse hospital já contraíram estas doenças. Precisamos de providências, urgente, do poder público”.

O PNB encaminhou, mais uma vez as reclamações para o Serviço de Água e Saneamento Ambiental de Juazeiro, responsável pela coleta de lixo, para a Vigilância Sanitária e Ministério Público.

Em resposta, o SAAE informou que a empresa  Limp city já foi acionada e que amanhã a coleta será feita no local.

No entanto, os moradores afirmam que, todas as vezes que denunciam a situação, o setor de limpeza se mobiliza e faz a retirada do lixo, mas, passados alguns poucos dias, o morador volta a acumular lixo no espaço.

“Queremos uma solução definitiva. Este morador, que sofre de transtornos mentais, precisa ser encaminhado para um tratamento urgente, pois há anos ele acumula lixo na rua, trazendo riscos para a saúde pública e nunca se tomou uma providência mais enérgica. A família precisa se responsabilizar por ele, o Estado também. Passou de todos os limites e o preço que pagamos tem sido muito alto. Será que a solução será deixarmos nossas casas? O setor de limpeza vem, quando denunciamos e a situação fica insuportável, mas em três ou quatro dias, ele recolhe lixo pela cidade e joga tudo aqui, formando este lixão que nunca acaba”, finalizou o morador revoltado.

A Vigilância Sanitária ainda não se manifestou sobre a situação.

Reclamação recorrente

Na manhã do dia 19 de abril deste ano, os vizinhos acordaram com o mal cheiro e perceberam que havia restos de carne de um frigorífico que fica próximo à rua.

“A situação está insuportável. Tem muito lixo acumulado tanto dentro, como fora dessa residência. Nesses últimos dias, o odor está horrível. Inicialmente acreditávamos que pudesse ter algum animal morto em meio aos entulhos, mas depois descobrimos que agora esse morador também está juntando em sua porta o lixo de um frigorífico que fica na rua. Então, com certeza deve ter restos de carnes. Estamos tendo que ficar trancados dentro de casa por conta do odor de carniça. Já estamos pensando até em mudar de residência, pois não aguentamos mais essa situação. Já procuramos, inclusive, a Vigilância Sanitária e aguardamos uma ação do poder público”, declarou um morador na época.

No dia 13 de abril, os moradores da rua já haviam alertado sobre a situação e os riscos da proliferação de doenças, como dengue, chikungunya e Zica Vírus.

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“Tem um morador que junta muito lixo no quintal da casa. Isso já vem há anos, e não se adota nenhuma providência. A gente sabe que a casa é deles, mas eles têm que seguir as normas sanitárias, porque ficar nessa situação é que não pode. É tanto lixo que a pilha de entulho já está na altura da casa. A Vigilância Sanitária de Juazeiro tem que fazer algum tipo de intervenção, pois essa situação não pode continuar. Da mesma forma o local onde funcionava o hospital. A prefeitura deve urgente identificar os responsáveis pelo imóvel e, como determina o código de postura do município, obrigar que limpem o espaço. É uma questão de saúde pública”, relatou um morador na época.

Na ocasião, o PNB encaminhou as reclamações para o Serviço de Água e Saneamento Ambiental de Juazeiro, responsável pela coleta de lixo e também para a Secretaria de Saúde, responsável pela Vigilância Sanitária. Em nota conjunta, os órgãos afirmaram que o poder público já tomou conhecimento do hábito do morador de juntar lixo dentro de casa, e que vem realizando a limpeza interna na residência.

“A Secretaria de Saúde de Juazeiro (Sesau) informa que a equipe da Vigilância Sanitária, juntamente com Serviço de Água e Saneamento Ambiental (SAAE), realiza a limpeza frequente, a cada 15 dias, tanto da área externa quanto interna à residência (sendo esta quando o morador permite). A última limpeza realizada pelas equipes da Prefeitura de Juazeiro foi no dia 07 deste mês e já existe programação de retornar nesta quarta-feira (20) para uma nova coleta dos materiais acumulados pelo morador”.

Esta situação, provocada pelo morador, vem ocorrendo há anos e, ao que parece, sem uma solução definitiva, para desespero dos vizinhos que não sabem mais a quem recorrer.

“Nós já tentamos de tudo, e o problema só se agrava. Já procuramos a Vigilância Sanitária e o Ministério Público, responsáveis pela saúde pública. Esta situação não pode continuar. Há de ter uma interdição ou alguma ação que impeça que este morador faça da rua um lixão e despeje todo tipo de lixo na via e dentro de casa”, disse um morador ao PNB.

 

 

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