“Não tem data pra receber”: profissionais que atuaram no Hospital de Campanha de Juazeiro reclamam direitos trabalhistas; unidade foi fechada na última terça-feira (31)

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Com o fechamento do Hospital de Campanha de Juazeiro, criado para atender pacientes com Covid-19, nesta terça-feira (31), a equipe de enfermagem foi dispensada e cobra o pagamento dos direitos trabalhistas.

Ex-funcionários da unidade, em contato com nossa redação, questionaram à Prefeitura de Juazeiro sobre o pagamento das rescisões e férias.

“Nós técnicos em enfermagem fomos dispensados do Hospital de Campanha, e no RH disseram que temos direito a rescisão, porém não tem data pra receber. Não explicaram mais nada, apenas isso. Fica difícil, pois até as férias ficaram dentro e não pagaram”, relatou uma profissional que fez contato com o PNB.

De acordo com a gestão, a decisão de fechar a unidade foi tomada após o índice de ocupação de leitos ficar zerado por vários dias e o avanço da vacinação na cidade.

Procurada pelo PNB, na última terça-feira, quando a unidade foi fechada, a Sesau não informou sobre a distribuição dos materiais e equipamentos utilizados no HC e nem sobre a situação dos profissionais de saúde que atuavam no hospital.

Estamos encaminhando a reclamação da ex-funcionária para a Sesau e Delegacia Regional do Trabalho.

Outra reclamação trabalhista  

No último dia 27 de maio, em contato com o PNB, uma profissional de saúde que pediu para não ser identificada, cobrou à gestão municipal, o pagamento de direitos trabalhistas dos contratados para atuarem no Hospital de Campanha de Juazeiro.

A técnica em enfermagem contou que trabalhou durante 1 ano e 7 meses no Hospital de Campanha, foi dispensada bem antes da unidade ser fechada, e até o momento ela e outros profissionais, não receberam nem as férias e nem a rescisão.

“Já estávamos cientes de que a qualquer momento haveria o desligamento. Alguns de nós, como eu e mais umas 4 colegas, saímos no final marco, e ate agora não recebemos as férias e nem a rescisão. Fui lá várias vezes e a resposta é sempre a mesma, ou seja, que temos direito a receber, mas não tem data certa. Arriscamos nossas vidas e sequer pagam nossos direitos”, relatou a profissional.

Ela relembrou toda dedicação empenhada pelos profissionais no pior momento da pandemia da covid-19, e o risco que correram.

“Nós trabalhamos arduamente para salvar vidas, correndo um grande risco, mesmo antes de ter a vacina e no final nos tratam desta forma. Sem nenhum respeito e reconhecimento. Hoje estou sem trabalho e não tenho direito nem de receber seguro desemprego. Tenho colegas em situação até pior. Uma que perdeu o marido e tem um filho pequeno, outra fazendo tratamento do câncer e também sem receber, passando dificuldades. Peço a Secretaria de Saúde que cumpra com sua obrigação e pague o que nos deve. É um direito nosso, pois nos dedicamos, arriscamos nossas vidas para cumprir o nosso dever de cuidar dos pacientes”, finalizou.

Nós encaminhamos a reclamação da profissional para a Secretaria de Saúde de Juazeiro, mas até o momento, não recebemos respostas.

Estamos encaminhado esta demanda trabalhista também para a Delegacia Regional do Trabalho.

Redação PNB/ Foto arquivo PNB  

 

 

 

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