“Quando vocês vão encontrar o rumo?”, questiona professor da rede municipal de Juazeiro, enumerando várias deficiências da Secretaria de Educação

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Um professor da rede municipal de ensino, em Juazeiro, enviou para nossa redação, nesta segunda-feira (6), um relato do que considera “desmandos” praticados pela Secretaria de Educação. Temendo represálias, o profissional pediu para não ser identificado.

“Sou professor concursado da rede municipal de ensino e fico aqui assistindo estarrecido aos desmandos da Secretaria Municipal de Educação. Estamos no mês de junho, finalizando o segundo semestre e após 02 anos de aulas online, onde sabemos que a grande maioria dos estudantes não participou do processo, por diversas razões e, mesmo os que participaram, possuem déficits de aprendizagem que carecem de projetos e programas especiais que minimizem esses prejuízos, mas até o momento não temos nada de concreto por parte da gestão municipal”, avaliou o professor.

Ele também critica o sistema disponibilizado pelo órgão municipal para lançamento de frequência e rendimentos dos alunos.

“O que temos, após o atraso no início das atividades letivas é um sistema (sigeduc) para lançamento de frequência e rendimento do estudante e registros de aulas dos professores que nunca funcionou. Assim que começamos a utilizar, travou tudo e sequer temos àquele diário físico para informes desses dados que são tão importantes. Cada professor preenche do jeito que quer ou em folhas soltas”, afirmou.

O profissional de educação também faz críticas ao programa TV Escola, implantado pela gestão, e questiona sua eficácia.

“Temos um programa de TV ( TV escola) com aulas gravadas por professores que tiveram suas cargas horárias dobradas para esse fim e eu pergunto? Os alunos assistem essas aulas? Aprendem com elas? Isso resolve a situação dos alunos que estão no 6 ano, 7 ano ou 8 ano sem saberem ler porque foram aprovados automaticamente? Porque não dobrar a carga horária desses professores para reforço escolar presencial?”

O profissional de educação segue questionando os investimentos feitos pela Seduc em propaganda, no sistema “que não funciona”, além dos recursos empregados na TV Escola.

“Fizeram uma parceria com o jornal à tarde para divulgação das ações exitosas das escolas com qual objetivo mesmo?
Quanto foi investido nisso? Quanto foi investido no sigeduc que não funciona? Quanto está sendo gasto com essa TV escola? O que esse governo de ” fachada”, sim, porque a preocupação desde os primeiros dias foi de pintar todas as fachadas de escolas e prédios públicos e modificar o fardamento, como se essa medida trouxesse algum benefício à população. Ao contrário, deixou muitas costureiras que ficaram com pilhas de fardas que não foram vendidas por conta da pandemia, numa situação difícil, tendo que desfazer dos fardamentos já prontos e confeccionar novos”, avaliou.

Ele finalizou apontando outras deficiências da educação municipal, e afirmou que a categoria está desmotivada.

” Transportes de estudantes deixando e muito a desejar com denúncias de fraudes, merenda escolar com cardápio péssimo e repetitivo, falta de ações para corrigir as consequências negativas desses 02 anos de pandemia, além da retirada de direitos do professor e da não concessão do aumento dos 33,24% a que temos direito. O que desmotivou e muito os professores da rede. Eu fico me perguntando: O que tanta gente que trabalha na Secretaria tem na cabeça?
Acorda, povo! Têm necessidades que são básicas e que não podem mais esperar. Quando vocês vão encontrar o rumo? Já estamos há 1 ano e 06 meses de governo e vocês continuam perdidos e duvido muito que se encontrem”, finalizou.

Estamos encaminhando as críticas do professor para a Secretaria de Educação.

Redação PNB

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